Transportados do Maranhão com destino a Marabá, 11 tabletes de maconha foram apreendidos com Raylla Hevilly Araújo de Jesus na tarde da última segunda-feira (13). Este é mais um caso que revela Marabá como rota do tráfico interestadual, tanto como caminho quanto destino final da droga.
No caso desta semana, as substâncias eram levadas em uma bagagem de mão pela mulher que receberia R$ 800 pelo deslocamento da droga. Ela, que está em liberdade provisória pelo crime de tráfico de drogas no estado Pará, responde a dois processos pelo mesmo delito.
Essa situação não é de hoje. Desde junho deste ano, essa é a quinta apreensão de quantidade considerável de entorpecentes que ilustram Marabá como rota ou destino final de tráfico interestadual. A primeira captação foi de 3,5kg de cocaína avaliados em R$200 mil e a segunda de 1kg. A terceira apreensão foi de 32,5kg de maconha e a quarta e recente de 28kg da mesma droga prensada. Dos cinco casos, quatro tiveram mulheres como mulas.
Leia mais:Geografia ajuda o tráfico
A localização geográfica do município, que liga a BR-153 a BR-230 (Transamazônica), é o que o facilita parte do trajeto desses entorpecentes. Além disso, a recente pavimentação da BR-163 (Santarém a Cuiabá) também tem atraído a alta movimentação de tráfico devido à falta de fiscalização. E as possibilidades não se resumem apenas a esses trechos, até mesmo através de barcos, pela região de Santarém, com origem no Peru e Bolívia, as drogas passam por aqui.
Tudo isso vem preocupando as autoridades da área de segurança e mobilizando mais ações de repressão. Ao Correio de Carajás, o superintendente regional de Polícia Civil, Vinícius Cardoso das Neves, relata que a intensificação no controle através da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar nas abordagens tem somado com o fortalecimento das investigações da Polícia Civil, principalmente de pessoas e ônibus que adentram o estado.
O delegado levanta que além de rota de escoamento, pelo fato de Marabá ser uma cidade de porte médio com grande influência regional, também possui um mercado próprio interno de consumo de entorpecentes, sendo o destino final de parte dessas mercadorias.
Mulheres como mulas
“As pessoas que foram flagradas transportando tais drogas são conhecidas pelo jargão dos traficantes como mulas e são pagas exclusivamente para tal ação. Geralmente são mulheres, pois atraem menos atenção e suspeitas durante abordagens. Costumam receber de R$ 3 mil a R$ 5 mil para transportar a droga”, revela o superintendente.
Ainda sobre o perfil, o delegado afirma que essa quantidade de entorpecentes provém de traficantes de envergadura mediana, tendo em vista que por via de regra, substâncias em maiores quantidades são transportadas em fundos falsos de caminhão, em meio a mercadorias com notas fiscais. (Thays Araujo e Chagas Filho)