Após dois anos sem acontecer, a parada LGBTQIA+ de Marabá retorna em sua 12ª edição no próximo dia 25 de setembro, às 18h, na Marabá Pioneira. O evento, que reúne milhares de pessoas, contará este ano com programações sociais, filantropia, debate e portaria solidária, voltadas à comunidade.
A concentração será na Orla partir das 16h, na Z-30 com os embalos do trio da Rádio Correio. Às 18h a parada sairá em caminhada pela Av. Marechal Deodoro até a Praça do Manuquinha onde haverá um palco montado para apresentações dos artistas Nega Lora, Eloi Iglesias, Sarah Montserrat, Leona Vingativa e Ravenata, além dos djs locais Sammer, Driko e David Aguiarrah.
(SOBRE)VIVÊNCIA LGBT
Leia mais:A ideia do movimento amplo e conciliador não é fazer um carnaval fora de época, e sim uma manifestação social de diálogo com a sociedade em busca do respeito e da empatia: “A parada não tem o intuito de atentar contra a religião de ninguém, pelo contrário, teremos a presença de um pastor evangélico no palco que abordará sobre o discurso de ódio, para combater esse tipo intolerância que contribui para a morte de várias pessoas da comunidade”, acrescenta Igo Silva, coordenador do movimento em Marabá e cientista social pela Unifesspa.
Ele afirma que pelo fato de Marabá ser uma cidade polo na região, acaba influenciando outros municípios menores, mais conservadores, violentos e perigosos para pessoas LGBTs, a criarem seus próprios movimentos e se organizarem. É o caso da cidade de São João do Araguaia, que no último mês teve sua primeira parada, e também Itupiranga, que está caminhando para a 3ª edição do evento.
A ideia é também reafirmar a cidadania da comunidade. É imprescindível respeitar o outro acima de qualquer questão. Igo analisa que a violência física e, principalmente, moral, ainda persistem em locais de trabalho e dentro de nichos sociais, e por isso há muito a se avançar.
SUPORTE
O leque de apoio deste ano foi expandido tanto em relação aos órgãos públicos quanto às empresas privadas, contando com o apoio da Subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil, Fundação da Casa da Cultura, Prefeitura, Secretaria Municipal de Cultura, Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Rádio Correio FM e Movimento LGBTQIA+ do Pará.
PROGRAMAÇÃO
Apesar de a parada ocorrer no domingo, programações importantes acontecerão no fim de semana. Na manhã do sábado (24), a partir de 8h, será organizado no Campus I da Unifesspa o Mutirão de Saúde e Direitos Humanos com consultas médicas gratuitas de clínicos gerais, psicólogos, realização de exames de pressão arterial, glicemia, hepatites virais, DST´s. Ainda no mesmo local, às 18h, um seminário com representantes da OAB, MP e da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas discutirá os desafios, os avanços e as perspectivas do movimento em Marabá e toda a região de Carajás.
O debate contará com a presença ilustre de Dandara Hudson, advogada travesti de Altamira, e a participação de alunos secundaristas da Escola Pequeno Príncipe: “A professora de sociologia do grupo preparou um trabalho muito importante com esses jovens. Eles serão capacitados a participarem da Parada no domingo, onde realizarão um estudo etnográfico do evento”, explica.
No sábado (24) a festa Boka Xica às 20h, na Acrob, funcionará como um evento filantrópico. A pré-parada terá a apresentação do Dj Victor Castilho, diretamente de Uberlândia, Minas Gerais. Para participar da festa, serão obrigatórias duas latas de leite ninho por pessoa como entrada, que serão entregues posteriormente ao CTA, destinadas às pessoas em situação de vulnerabilidade social portadoras do vírus HIV. Os pacientes que fazem o tratamento no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) necessitam do composto.
Na 11ª edição, o movimento foi responsável por arrecadar 400 latas. Este ano, o coordenador acredita que com a estimativa de pelo menos 10 mil pessoas na Parada, o número de doações dobre e ultrapasse 800. (Thays Araujo)