Correio de Carajás

Marabaense cai em golpe de pirâmide financeira

Uma moradora do Residencial Tiradentes, localizado no Núcleo Morada Nova, em Marabá, foi vítima de um golpe da internet. A suposta empresa de marketing digital, chamada McCann, oferecia uma série de oportunidades promocionais de pagamento relacionadas a programas de marketing, incluindo campanhas para divulgação de vídeos em internet e redes sociais.

Em Marabá, a vítima denunciou o caso ao Ministério Público Federal. Ela afirma ter investido R$ 1.400,00 no dia 9 de maio de 2022 e feito apenas um saque de R$ 643.

A mulher detalha que as pessoas, que suspostamente trabalhavam na empresa, começaram a inventar várias desculpas e adiar os dias de pagamentos. “Infelizmente era mais uma pirâmide financeira dando um golpe no Brasil”, lamenta.

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Ao MPF, ela ressaltou que eles se comunicavam apenas por grupos de WhatsApp e sempre por escrito. “Eles diziam que eram de outro país e usam um tradutor para conversar conosco. Ofereciam jantares com camisas da empresa em vários estados, e as pessoas acreditavam ainda mais que era uma empresa real”.

A reportagem do Correio de Carajás não conseguiu contato com a suposta empresa. Contudo, já existem outras denúncias em vários estados.

A empresa McCann Worldgroup, rede global de agências de publicidade americanas, com escritórios em 120 países, chegou a emitir uma nota em março de 2022, através do perfil oficial do Instagram, afirmando que o nome da empresa foi usado de forma fraudulenta por terceiros. “O objetivo geralmente é obter informações pessoais que podem ser usadas para cometer fraudes financeiras ou crimes de roubo de identidade”.

SAIBA MAIS

O que é pirâmide financeira? É um esquema comercial que pode envolver ou não algum produto para venda. Promete remuneração alta a quem aderir e levar novos membros para o negócio. A pessoa paga para entrar e parte do recurso vira uma remuneração a quem a indicou. O indicado, por sua vez, precisa levar outras pessoas para compor a pirâmide e obter lucro.

a pirâmide não tem relação com o marketing multinível, que é legal. A modalidade envolve venda de produtos reais e comissão recebida por um vendedor sobre parte do que outros indicados comercializem. Nesse caso, o vendedor não ganha para indicar alguém, mas um percentual do preço do produto que a pessoa indicada para o trabalho negociar.

Como identificar o esquema?

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cujo papel é de regulador do mercado, define o esquema como “promessa de rentabilidades atraentes, pouco detalhamento dos riscos, sentido de oportunidade que não pode ser perdida”.

Bruna Amalcaburio define o esquema como modelo ilusório de oferecer dinheiro fácil e rápido. “As pirâmides financeiras têm características em comum, como promessa de lucros exorbitantes, retenção de capital investido, promessa de ganho extra com indicação de novos clientes e falta de informação básica sobre a empresa que oferece o serviço”, afirma. (Ana Mangas)