Nos primeiros minutos da madrugada desta quarta-feira (7), uma das viaturas do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU) de Marabá foi atingida por um disparo de arma de fogo. O caso se registrou na Velha Marabá, mais precisamente entre as ruas Passondas de Carvalho e 5 de Abril, bem na entrada do Bairro Santa Rosa. O atentado aconteceu justamente no momento em que os agentes de trânsito organizavam as ruas para evitar que veículos fossem estacionados ali, visando as comemorações do Dia da Independência. Ninguém saiu ferido.
De acordo com os agentes Gomes e W. Morais, do DMTU, eles estavam em serviço de rotina, cumprindo ordem de serviço, quando a viatura foi alvejada. Os agentes públicos afirmam não ter visto ninguém na via, nem carro, nem moto, nem pedestre, por isso acreditam que o tiro veio de alguma casa. A julgar pela posição de entrada, o tiro veio de cima pra baixo. Ou seja, pode ter vindo de algum sobrado ou prédio naquelas proximidades. “Mas graças a Deus não aconteceu nada”, observa o agente W. Moraes.
O Boletim de Ocorrência Policial foi registrado por volta de 1h50 na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil. Mas os agentes não se limitaram a registrar o BO. Nesta quinta-feira (8), em protesto por melhores condições de trabalho e segurança, os agentes vão para o trabalho normalmente, mas não vão para as ruas, permanecendo o dia todo aquartelados na sede do DMTU.
Leia mais:A reportagem deste CORREIO apurou que o Centro de Perícias Científicas, por meio do Instituto de Criminalística, identificou qual o calibre da arma usada para perpetrar o atentado contra o veículo oficial do município. Mas essa informação ainda não havia sido divulgada até o final da tarde de ontem.
Periculosidade
O caso chama atenção para a situação de insegurança a que estão expostos tanto os agentes do DMTU quanto da Guarda Municipal de Marabá. Inclusive, os dois órgãos da administração municipal já encaminharam proposta de projeto, que está nas mãos do Executivo Municipal, pedindo um adicional de periculosidade.
A informação foi repassada pelo vereador Antônio Araújo, que acompanha a situação desses trabalhadores. Ele explica que foi procurado pelos representantes da categoria, com quem se reuniu, junto com o prefeito municipal Tião Miranda, que ficou de fazer um estudo sobre o impacto orçamentário e financeiro para a concessão do adicional.
Araújo disse ter tomado conhecimento extraoficialmente de que o prefeito só vai considerar essa situação no ano que vem. Mas oficialmente não foi dada nenhuma resposta. “Sou de pleno acordo, porque tanto a Guarda Municipal quanto o DMTU fazem jus, porque estão em situação de risco e vulnerabilidade”, afirma o vereador.
Devido ao feriado desta quarta-feira, não foi possível contatar com a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom), para saber qual o posicionamento oficial da prefeitura em relação ao projeto que solicita o adicional de insalubridade aos agentes de trânsito e aos guardas municipais. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho)