O grave incidente do incêndio no gerador de energia do Hospital Municipal de Marabá (HMM) no dia 28 de julho foi destacado pelo vereador Márcio do São Félix em seu discurso na retomada dos trabalhos em plenário da Câmara Municipal de Marabá. O edil relembrou a agonia vivida por pacientes, acompanhantes e funcionários da unidade e avaliou que o caos não foi maior graças a recondução de um grupo de servidores contratados, por intervenção dos vereadores da Casa.
Márcio relembrou que na ocasião esteve pessoalmente no HMM representando o Legislativo e dando suporte para que não houvesse prejuízo imediato ao atendimento dos pacientes. Segundo ele, está claro que Marabá precisa de novas estruturas de atendimento que não apenas o Hospital Municipal. “Não dá mais para remendar”, bradou.
O vereador disse aos colegas que é preciso retomar com vigor a pauta abraçada por eles na semana anterior ao recesso de julho, quando a Comissão de Saúde e outros membros do Poder Legislativo cobraram explicações da Prefeitura de Marabá quanto a alguns temas, como a construção de um novo pronto-socorro e outras estruturas de saúde nos bairros, para diminuir a pressão sobre o HMM.
Leia mais:“Não podemos esquecer essa pauta. Ela é necessária. Vimos aí: o caos aconteceu, as vidas foram preservadas, graças a Deus, mas não podemos esperar acontecer, ainda, o pior do pior, porque o pior já está acontecendo diariamente”.
ENTENDA
Um dia após o incêndio que causou momentos de pânico dentro e fora do Hospital Municipal de Marabá (HMM), Sindicato dos Trabalhadores de Saúde Pública do Pará (Sintesp) se manifestou com crítica à estrutura ultrapassada e inadequada da unidade de saúde, na visão da entidade. O hospital possui extensa demanda, já que atende boa parte da população do município e das cidades vizinhas.
Um novo gerador, este alugado, foi instalado no dia seguinte até que seja comprado um novo, por licitação. Pacientes que haviam sido transferidos às pressas para casas como o Hospital de Guarnição do Exército, foram readmitidos no HMM. Chamou atenção no dia do incêndio o acúmulo de pacientes em macas, na calçada, do lado de fora do pátio, nos minutos em que o prédio ficou sem energia.
De acordo com o Sindicato, uma unidade de saúde como o HMM, que está à disposição de atender por volta de 200 mil pessoas, deveria passar por uma reforma de base, tendo em vista o grande déficit. De tal modo, é certo que haja sobrecarga da energia e situações como a de ontem venham se repetir.
No entendimento do diretor do Sintesp Demerval Bento, a unidade de saúde deveria contar com mil leitos e uma base de grande porte. No entanto, nunca se ouviu falar nem mesmo de um projeto para aumentar a cobertura. Para ele, que se coloca não apenas como membro à frente do sindicato, mas como residente de Marabá, o incêndio no gerador foi apenas um sinal de natureza grave para mostrar que há o potencial de ocorrer um acidente mais expressivo. (Da Redação)