A sensação de insegurança é grande no coração comercial da Cidade Nova, em Marabá, o que levou os proprietários de lojas e gerentes a reunirem emergencialmente com comandantes de Polícia Militar. O encontro aconteceu na noite de 14 de agosto, em um auditório, e a queixa foi generalizada, principalmente pela saída do PM Box que antes ficava postado à margem da Praça São Francisco e de lá foi retirado. Os comerciantes dizem, ainda, que não conseguem perceber o policiamento ostensivo prometido ao longo do dia e nem à noite, a não ser pela passagem rápida de viaturas pelas ruas.
A reunião foi intermediado pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sindicom). Estavam presentes o subcomandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Hélio Ernani Oeiras Formigosa e o comandante de área do Núcleo Cidade Nova, capitão Harley Alves da Costa, recém indicado para a função.
Participaram do encontro cerca de 20 comerciantes da Nagib Mutran, representando os demais empresários; o presidente do Sindicom, Félix Gonçalves de Miranda; o vice-presidente Raimundo Alves da Costa Neto; e os diretores Francisco Arnilson de Assis e Maria do Livramento Sá de Almeida, a Lia da Liberdade.
Leia mais:Félix Miranda, Raimundo Neto e Francisco Arnilson abriram o encontro, cada um falando objetivamente dos motivos e, por fim, franqueando a palavra para os colegas ali presentes.
Os relatos impressionam pela ousadia como os bandidos agem. O primeiro comerciante a falar, do ramo de confecções, destacou que o empresário hoje recolhe uma carga muito pesada de impostos e que gostaria de ver o retorno, sobretudo em segurança pública.
Ele contou que seu comércio já foi alvo de dois assaltos e informou que, em cada ataque desses as perdas são altas, variam de R$ 20 mil a R$ 30 mil.
O empresário alertou, ainda, para o fato de que muitos, por não conseguirem suportar financeiramente os danos causados pelos assaltos, podem vir a cerrar as portas e acabar gerando desemprego. Ou seja, no rastro do problema da segurança vem também o problema social.
Uma empresária contou que está perdendo vendas no horário do almoço, período em que a rua fica com pouco movimento e, temendo ser vítima de assalto, ela fecha a porta de vidro e teme atender quem chega ali, a não ser que o cliente já seja conhecido.
Outra contou que, em apenas uma noite, perdeu para arrombadores as economias que havia conseguido amealhar em 25 anos de trabalho, como funcionária de uma rede de lojas de departamentos, das quais havia investido cada centavo em uma loja.
Houve ainda relatos de outros arrombamentos; de marginais ameaçando comerciantes de arrombar suas lojas na madrugada e concretizando mesmo a ameaça; de furtos em dias de grande movimentação, como no último fim de semana, quando aconteceu o Liquida Geral; e de assaltos – vários – à luz do dia.
RESPOSTAS
Após ouvir atentamente os comerciantes, o major Oeiras disse que, com a incorporação recente de 133 policiais no 4º Batalhão e com a chegada do capitão Haley, iria ajustar, ainda esta semana, a situação da segurança no Cidade Nova, especialmente na área comercial, com policiamento a pé, e a presença de uma viatura, que já faz rondas no local 24 horas.
“Agora é uma questão de ajuste, acabamos de tomar conhecimento das demandas dos comerciantes, vamos poder ajustar esse policiamento para dar uma qualidade melhor na segurança aqui da Cidade Nova”, disse ele, anunciando a entrega, em breve, de 41 motos para o batalhão local, várias das quais serão empregadas no policiamento ostensivo daquele núcleo.
“Essa reunião foi muito importante porque promoveu a união entre a PM e a comunidade do comércio e, com certeza absoluta, vamos ter um resultado mais positivo”, avaliou Oeiras.
Já o capitão Harley afirmou que com todo o apoio logístico garantido pelo 4º BPM, iria, a partir de hoje, começar seu trabalho implantando uma rede de segurança, usando os grupos de WhatsApp, para que o comerciante possa interagir diretamente como a PM no dia a dia, informando sobre pessoas e movimentações suspeitas, além de outras providências. “Creio que os índices da criminalidade vão diminuir”, disse ele. (Da Redação)