A protagonista de “Ms. Marvel” pode não ser tão conhecida pela maioria do público geral, mas, a partir da estreia da série nesta quarta-feira (8), tem tudo para mostrar por que assumiu protagonismo de popularidade entre fãs de quadrinhos nos últimos anos.
A nova produção da Marvel – se você não adivinhou pelo título – reproduz todas as qualidades das HQs da primeira heroína muçulmana a estrelar um gibi próprio da editora. Pelo menos pelo que se pôde perceber nos dois primeiros episódios, disponibilizados para a imprensa.
A história, focada nos personagens, é leve e infantil sem remorsos como poucas dentro do Universo Cinematográfico (MCU, na sigla em inglês) da empresa e, ao mesmo tempo, extremamente empolgante.
Leia mais:E a protagonista Kamala Khan, interpretada de forma incrível pela estreante Iman Vellani, tem seu carisma imensurável como verdadeiro super poder.
Cada um dos seis episódios da primeira temporada vai ser disponibilizado semanalmente às quartas na plataforma de vídeos Disney+.
Nova Ms. Marvel
“Ms. Marvel” apresenta Kamala Khan ao público, uma jovem nerd muçulmana de família paquistanesa que cresceu nos Estados Unidos fã de super heróis, em especial da Capitã Marvel interpretada por Brie Larson.
Enquanto tenta equilibrar as cobranças dos pais imigrantes e seu contraste com a realidade no colegial americano, ela descobre poderes ativados por joias deixadas por uma misteriosa antepassada.
A origem e os próprios dons da heroína são bem diferentes daqueles apresentados nos quadrinhos, algo que pode frustrar os fãs mais ferrenhos da personagem.
Com base nos poucos capítulos disponíveis, ainda não é possível dizer se eles se encaixam com a mesma precisão à personalidade da personagem ou aos desafios enfrentados por ela na adolescência, mas de alguma forma eles fazem sentido.
A manipulação da forma do corpo presente nas HQs dificilmente ficariam tão bons em uma série, que costuma ter um orçamento mais limitado para efeitos visuais.
Além disso, a aparência cósmica de suas novas habilidades, que ainda imitam em efeitos práticos os originais, indicam uma ligação mais direta ao ídolo da protagonista.
A heroína que precisamos
A série ainda é, no fundo, uma história de origem das mais padrões, contadas inúmeras vezes no MCU. Ela se difere, principalmente, por preferir focar no lado humano de Kamala.
É algo um pouco parecido ao que aconteceu de forma mais diluída, ao longo de três filmes, com o Homem-Aranha.
E as comparações são inevitáveis, afinal se tratam de dois nerds ainda no colegial com poderes extraordinários, mas “Ms. Marvel” promete uma brisa mais fresca.
Criada em 2013, a personagem em si é, afinal, muito mais jovem que o herói de 1962 – e muito mais conectada a novas gerações.
No fim, no entanto, o sucesso de Kamala estava intimamente ligado ao êxito em encontrar uma atriz que fosse capaz de reproduzir o carisma das páginas dos quadrinhos, que conquistou tantos fãs na última década.
A canadense Iman Vellani, de 19 anos, é então o grande trunfo da produção. Difícil acreditar que a jovem faz sua estreia como atriz na série, tamanha desenvoltura apresentada.Ela é desajeitada e confiante na medida certa, sem deslizar para nenhum dos lados.
Há, sim, alguns momentos mais irritantes de incerteza exagerada, mas eles são muito mais culpa de alguns clichês que a Marvel simplesmente não abre mão nunca do que da protagonista.
Com a promessa de que a personagem se juntará à sua própria heroína em “The Marvels” continuação do filme de 2019 previsto para 2023, Kamala deve ter um futuro longo dentro do MCU.
Se o começo da série indica alguma coisa, personagem e intérprete têm tudo para assumirem protagonismo também nesse universo.