Os direitos de uso da marca de luxo Daslu foram vendidos por R$ 10 milhões em leilão na cidade de São Paulo nesta terça-feira (7). O comprador, cujo nome não foi revelado, vai poder usar comercialmente o nome Daslu para vender roupas, sapatos, joias e itens para casa, entre outros produtos.
O direito de uso inclui ainda marcas relacionadas, como Daslulu, de roupas de animais de estimação, Villa Daslu, de decoração de festas e organização de eventos, e D Teen by Daslu, de cosméticos e roupas para adolescentes.
O leilão, realizado pela casa Sodré Santoro, teve lance inicial de R$ 1,4 milhão. O comprador que ofereceu o lance vencedor, de R$ 10 milhões, deve desembolsar ainda R$ 500 mil para cobrir as taxas cobradas pela empresa leiloeira, de 5%.
Leia mais:A venda do nome Daslu, promovida nesta segunda-feira (7), faz parte de uma ferramenta usada por advogados indicados pela Justiça de SP para administrar a falência da empresa. Os valores arrecadados serão usados para pagar parte das dívidas do processo de falência da butique de luxo, conforme decisão judicial da 1ª Vara e Ofício de Falência e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo.
Conhecida pela venda de produtos importados de marcas como Chanel e Prada, a Daslu começou como uma loja multimarcas na Vila Nova Conceição, Zona Sul de São Paulo, e se tornou um dos principais símbolos do mercado de luxo na capital paulista.
A empresa, entretanto, foi investigada pela Polícia Federal por sonegação de impostos na importação de produtos de luxo em 2005. Apesar disso, o empresário Antônio Carlos Piva de Albuquerque, condenado por crimes tributários à frente da Daslu, só foi preso na última segunda-feira (30). Antônio Carlos era diretor do setor de finanças da butique de luxo quando os crimes ocorreram, segundo informações do Ministério Público (MP).
Prisão de empresário
O empresário Antônio Carlos Piva de Albuquerque, de 68 anos, foi preso pela Polícia Militar na última segunda-feira (30) em São Paulo.
Ele é irmão da empresária Eliana Tranchesi, ex-dona da Daslu, morta em 2012, e foi condenado a sete anos e oito meses de prisão, em regime fechado, por crimes contra a ordem tributária.
Antonio Carlos era procurado e foi condenado pela 3ª Vara Criminal central de São Paulo em 17 de julho de 2013. A acusação era de sonegação de impostos.
Ele também possui outra condenação, a 6 anos e 8 meses, em regime semiaberto.
Em nota, a PM informou que a captura ocorreu na Rua Engenheiro Oscar Americano. no Morumbi, zona oeste da cidade de São Paulo e que o empresário era “foragido da Justiça”. “A prisão ocorreu em cumprimento a mandados de prisões expedidos pela 4ª e 30ª Varas Criminais do Foro Central da Barra Funda. O autor permaneceu à disposição da Justiça”, informou a PM.
Investigação
No processo em que o empresário foi condenado, outros cinco réus envolvidos no caso, decorrente da Operação Narciso, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público federal, foram absolvidos após a investigação. A ação contra a empresária Eliana Tranchesi foi extinta após a morte dela. Na época, o empresário poderia aguardar o recurso em liberdade.
O esquema de sonegação ficou comprovado após a análise de documentação sobre vendas e arquivos apreendidos pela Receita Federal e PF durante a operação. Em 2004, a empresa não emitiu notas fiscais para venda de mercadorias comercializadas pela loja.
Como não havia o registro das operações de venda e compra, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não era recolhido. De acordo com as investigações, R$ 21,7 milhões deixaram de ser pagos de ICMS ao estado.
(Fonte:G1)