A manhã do Dia do Trabalhador foi marcada por um ato simbólico organizado por entidades de defesa dos direitos da mulher em Marabá. A 1ª Caminhada pelo Direito à Vida da Mulher, 9ª ação do projeto mãos dadas, aconteceu a partir da praça da Prefeitura de Marabá, localizada na Folha 31. Unidos, as mulheres e homens presentes nesse ato, seguiram em caminhada pelas ruas e avenidas principais do Núcleo Nova Marabá. Elas também cobraram a criação de uma Secretaria Municipal da Mulher.
Percorrendo a Avenida VP-8 e outras vias, cerca de 60 pessoas marcharam em busca de direitos, de igualdade e de dizer um basta à violência contra a mulher em Marabá. A caminhada teve encerramento em frente ao Campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), onde mais gritos de protesto pedindo políticas públicas que beneficiem e protejam a vida das mulheres e a efetivação do pedido para uma Secretaria Municipal da Mulher no município aconteceram para finalizar a manifestação.
A caminhada foi organizada pela Comunidade Kolping, Instituto Familiar de Marabá (IFM), com apoio da Prefeitura. Nos banners presentes e carregados pelas manifestantes, mensagens como “Feminicídio basta!”, “Basta de violência contra a mulher”, “Queremos paz, queremos viver”, “Mexeu com uma, mexeu com todas” e cartazes relembrando casos de feminicídios recentes como o de Daniara Rodrigues, estampavam as intenções por trás do protesto.
Leia mais:À TV Correio (SBT), a aposentada Rita de Cássia falou sobre o propósito da caminhada. Para ela é muito importante um posicionamento feminino como esse para a comunidade. “Essa luta é contra a violência, pois vivemos temos difíceis. Quase todos os dias somos informados de uma ou mais mulheres que foram mortas, e por isso estamos aqui hoje, com o objetivo de vencer esse machismo”, penhorou a senhora.
A líder comunitária do Instituto Familiar de Marabá, Cirléia Alves destacou a importância do ato no dia nacional do trabalhador: “Essa caminhada acontece hoje porque é um dia nosso também, de nós trabalhadoras, da mulher que luta e que é provedora do seu lar também. Maio é o mês das mães, das marias, de nós mulheres.”
Ela também frisou sobre a realidade de Marabá, tratando-se de feminicídios e violências contra a mulher e, a necessidade de reverter tal situação através de atividades desenvolvidas pelo Estado com auxílio de entes públicos ou privados para garantir direitos de cidadania a todos. “A manifestação é feita em conjunto e de mãos dadas, como o projeto do instituto fala: pegando nas mãos de mulher e homens, para que a mensagem seja passada adiante, para que a luta seja reconhecida como realmente é, pela dignidade, pelo direito à vida”, completou.
Coincidentemente, o final de semana em Marabá foi marcado por inúmeros casos de violência contra a mulher registrados na 21ª Seccional de Polícia Civil, os quais o leitor terá acesso na Editoria de polícia do portal. As ocorrências reforçam as mensagens de reação levadas às ruas pelos manifestantes no dia de ontem. (Reportagem: TV Correio / Texto: Thays Araujo)