Com o objetivo de fazer um levantamento das necessidades dos órgãos que atuam na rede de proteção da mulher em Marabá, foi realizada, na tarde desta quinta-feira (28), uma reunião na sede do Plenarinho, da Câmara Municipal de Marabá.
A mesa de debate foi composta pelos vereadores, Marcelo Alves (PT) e Cristina Mutran (MDB), que estavam acompanhados da promotora de Justiça de Violência Doméstica, Paula Gama; da coordenadora do ParaPaz em Marabá, Tábata Veloso; da coordenadora Especial de Políticas Públicas para Mulheres de Marabá, Júlia Rosa; e do juiz da 3ª Vara Criminal de Marabá, Alexandre Arakaki.
As pessoas presentes no encontro foram ouvidas pelas autoridades. E uma das primeiras a falar foi Heidiane Moreno, que faz parte da Articulação Feminista de Marabá. Para ela, participar dessas discussões é de extrema importância, e em sua fala deixou claro às autoridades que existem três problemas centrais no município: logística, efetividade e prevenção. “A gente tenta orientar, levar para os órgãos competentes. Mas, a gente sabe a dificuldade que é. Existe uma rede que faz o trabalho. Contudo, pelo tamanho das demandas que nós temos, ela é ineficiente. Precisamos melhorar essa situação”.
Leia mais:Foi exposto a falta de apoio que as mulheres sofrem, como: creches, oportunidades de emprego e aluguel social. “A maioria depende financeiramente do homem, não tem onde deixar o filho. Precisamos ajudar essas mulheres”, exaltou uma guarda municipal que faz parte da Patrulha Maria da Penha
O juiz, Alexandre Arakaki, afirmou que esses encontros são fundamentais. Mas questionou sobre as responsabilidades. “O que a gente está fazendo aqui? O que é a nossa rede? O que são essas políticas públicas que temos? Brigamos tanto por uma institucionalização da rede, brigamos pelo plano de políticas públicas municipais em prol das mulheres, e o que mais fizemos? A gente conseguiu dar passos enormes e não fizemos mais nada. E não estou atribuindo a responsabilidade pra ninguém. A responsabilidade é geral. Fomos nós que paramos e somos nós que andamos. A gente só está falando das dificuldades. Vamos voltar a retomar as ações práticas?”, pediu o magistrado.
Arakaki se colocou a disposição para participar de reuniões concretas, e fez uma proposta para agendamento de data para efetivação das ações.
De acordo com o vereador, Marcelo Alves (PT), foi uma reunião de avaliação de alguns encaminhamentos que a Câmara recebeu. “Chamamos alguns movimentos da rede de proteção. Muitas pautas foram levantadas muitas queixas. Contudo, percebemos que existem três que precisam ser resolvidas logo: Patrulha Maria da Penha, que não está funcionando direito por falta de estrutura; procurar o Wandenkolk Gonçalves, secretário Regional de Governo, para marcar uma agenda com o governador, Helder Barbalho, para pautar sobre o movimento das mulheres; e a outra pauta, é sobre uma conversa com a presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará para debater sobre a criação da Vara da Mulher de Marabá”, explica o vereador, ressaltando que houve um indicativo para realizar uma audiência pública sobre o assunto.
(Ana Mangas)