Parentes a amigos dos três caçadores desaparecidos na Reserva Indígena Parakanã, em Novo Repartimento, vivem dias de angústia, desde que eles desapareceram na área, no domingo (24). Áudios de familiares, em grupos de WhatsApp, revelam extrema preocupação com o que pode ter ocorrido.
Em um dos áudios, uma mulher relata que, no domingo, esperaram os rapazes voltarem até meia-noite, mas como eles não regressaram, decidiram ir atrás do trio pela manhã, por volta das 5h. No local onde eles estavam concentrados foram encontradas as motos guardadas, mas nem sinal deles. “A gente viu que tinha alguma coisa errada”, relata.
Ainda segundo a mesma pessoa, foi verificado muito mato quebrado, amassado, como se várias pessoas tivessem passado por ali. Algo intrigante também é que o local da caçada fica a cerca de 200 metros da beira da estrada. Inclusive, dá pra ver a pista de lá. “A única saída é da beira do mato para a estrada. Não tem como eles terem sumido”.
Leia mais:Outra parenta de um dos desaparecidos disse ter ficado até por volta das 17h com eles e lembra que os três saíram sem jantar. A preocupação é grande também por estarem tanto tempo na mata sem se alimentar. Mas o pior mesmo é o silêncio em relação ao que está sendo feito. “Não saber de nada só piora tudo, porque ninguém dá uma posição pra gente”, lamenta.
Nós enviamos mensagem para uma tia de William Câmara, um dos desaparecidos, para saber se há alguma informação nova sobre o paradeiro deles. Mas, por enquanto, ainda não houve resposta. Os outros desaparecidos são Cosmo Ribeiro de Sousa e José Luís da Silva Teixeira.
(Chagas Filho)