O ex-presidiário Francisco Raionny Santos e Silva está sendo procurado pela polícia. Ele matou, a sangue frio, sua ex-companheira Julcimaria Regina Silva Lopes, de 26 anos. O crime aconteceu por volta das 20h de sábado (16), no Bairro Nossa Senhora Aparecida, a “Coca-Cola”, periferia da Nova Marabá.
A vítima foi atingida por golpes de faca e morreu no local, nas proximidades da própria casa. Muito provavelmente o feminicídio foi praticado na presença dos três filhos do casal. Francisco Raionny não aceitava a separação, por isso tirou a vida de Julcimara.
Em 6 de abril de 2017, foi aberto um processo criminal contra Francisco Raionny, por violência doméstica, tendo Julcimara como vítima. Naquela ocasião, ele era acusado de ameaçar sua ex-companheira.
Leia mais:Além disso, mais recentemente, dois boletins de ocorrência haviam sido feitos, referente ao mesmo homem, pela vítima, por ameaça e violência doméstica, em setembro de 2021 e abril deste ano. Na ocasião, fora providenciada, inclusive, uma medida protetiva pra impedir que Francisco Raionny se aproximasse da vítima, mas não adiantou.
Mas Francisco Raionny estava preso por outro crime: roubo majorado (assalto a mão armada), praticado na companhia de um adolescente infrator. Essa infração está sendo julgada pelo Juízo da Comarca de Tucuruí.
Casos semelhantes
O feminicídio de Julcimaria Regina foi o segundo do ano em Marabá. O primeiro, ocorrido seis dias antes (10 deste mês), teve como vítima Daniara Rodrigues de Couto, de apenas 20 anos. Ela foi assassinada também a facadas pelo ex-companheiro, Erisvaldo Souza Silva.
Semelhante ao que ocorreu agora, o acusado também não se conformava com o final do relacionamento; a vítima também tinha três filhos e já havia sido agredido anteriormente e todos os indícios apontavam para o fato de que algo pior poderia acontecer. E aconteceu.
A única diferença é que, no caso do dia 10, o acusado foi preso em flagrante, e neste agora o criminoso continua solto.
Tolerância zero
Os casos de violência doméstica têm se registrado com frequência, em Marabá, notadamente aos finais de semana. Em muitos deles, os acusados sequer agridem fisicamente as vítimas. Ficam, por vezes, na ameaça. Isso gera dúvidas sobre se a mulher deveria ou não denunciar companheiro ou ex-companheiro agressor, quando é “apenas” ameaçada. Sobre este assunto, as autoridades policiais não têm dúvidas.
“O ideal é que a vítima avalie o comportamento do seu parceiro, não tolere nenhuma forma de violência, nem física nem psicológica, e denuncie às autoridades policiais; e a gente pede também que familiares e vizinhos que saibam, porventura de violência doméstica que noticiem os fatos à polícia, mesmo que de forma anônima”, orienta delegado Vinícius Cardoso das Neves, superintendente regional de Polícia Civil.
(Thays Araujo e Chagas Filho)