O Museu Municipal Francisco Coelho realizou na tarde da última sexta-feira, 25, o 1º Entardecer no Museu – música e poesia. Com o objetivo de resgatar e fortalecer a cultura do marabaense, o evento faz parte da comemoração em alusão ao Dia Mundial da Poesia, ocorrido no último dia 21 de março.
Por volta das 16h30, a área externa do museu estava tomada de crianças, jovens e adultos, com sorrisos escancarados, e olhares e ouvidos atentos. Músicas e poesias embalaram as rodas de conversa de quem aproveitava o final da tarde na Marabá Pioneira.
“Nossa cidade merece um evento desse tipo. Nossos artistas, músicos e poetas precisam dessas oportunidades para mostrar seu talento. Demos esse pontapé inicial, que já começou grandioso”, avalia Wânia Gomes, diretora do museu.
Leia mais:Wânia considera o museu como a casa dos artistas marabaenses, e ressalta que o evento é um divisor de águas na cultura do município. “É um momento muito importante para o museu. As pessoas estão aproveitando. Eu olho e penso que deu certo, que estamos no caminho certo. Isso é gratificante”.
A escritora e professora universitária, Eliane Pereira Machado, contou que a paixão pela leitura vem desde a infância. Para ela, a poesia é algo que acompanha a vida de todo mundo.
Contudo, foi somente há 10 anos que se descobriu poeta e que podia publicar o que escrevia. “Publiquei um livro quando ganhei um concurso no Instituto de Artes do Pará (IAP). Ao todo, já são quatro livros e vários poemas em antologias. Sou uma divulgadora e escritora da literatura de Marabá”, justifica.
Criadora do Sarau da Lua Cheia, integrante da Associação dos Escritores do Sul e Sudeste do Pará, Eliane também faz parte do projeto Marabá Leitora em parceria com a Prefeitura Municipal.
“Não sou filha de Marabá. Vim de uma condição social muito precária, atrás de um lugar melhor para viver. E aqui encontrei pessoas generosas e um lugar acolhedor com uma natureza maravilhosa”, diz Eliane, afirmando que essa iniciativa é especial e que a cidade merece eventos como esse.
Ex-integrante da banda da Fundação Casa da Cultura de Marabá, Valério Lima, 17 anos, aproveitou o evento para rever os amigos e voltar ao museu, lugar que tanto gosta. “Fiquei 11 anos na banda. Mas, com a entrada na faculdade tive que dar um tempo. Participar da Escola de Música da fundação era algo que significava muito pra mim”.
Grande incentivadora e apoiadora da cultura marabaense, a presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, Vanda Américo compareceu ao Museu Municipal Francisco Coelho para prestigiar o 1º Entardecer no Museu.
“A cultura é um alimento, e a gente precisa utilizar todas as ferramentas que temos no município de Marabá. Precisamos ter uma programação cultural, estamos saindo da pandemia. Hoje, aqui, temos crianças, jovens, adultos, idosos, todos juntos, reunidos, nesse espaço. O museu precisa ter vida, ter essa energia e esses eventos”.
Para ela, esse é a apenas o primeiro de muitos que virão. Vanda acredita que essas ações irão se tornar um hábito da cultura do povo marabaense, de ir no final de tarde para o museu.
“Precisamos alimentar nossa alma de música, poesia e cultura. E esse espaço é para os artistas utilizarem. O maior ganho que Marabá teve em toda a sua história foi o Museu Francisco Coelho. A gestão do prefeito Tião Miranda resgatou, através desse museu, toda a história de Marabá e região. Temos um museu para as futuras gerações, contando a história de uma forma linda, majestosa, poética, contemporânea e interativa”, finalizou a presidente da FCCM. (Ana Mangas)