Correio de Carajás

Abelhas “adotam” moradores enquanto Bombeiros e Prefeitura não se entendem

Enquanto a Prefeitura de Parauapebas e o Corpo de Bombeiros jogam um no colo do outro a obrigação de resolver o problema, moradores seguem preocupados com um enxame de abelhas que se instalou na Rua Anjo Diniz, no Bairro da Paz.

Segundo Tássia Matos, que trabalha nas proximidades, o problema dura mais de mês e dificulta a entrada para o depósito onde ela e os companheiros armazenam materiais para realizar os trabalhos. Em alguns dias, chega a ser é impossível acessar o espaço.

Ela afirma já ter ouvido boatos sobre as abelhas atacando as pessoas que passam pela rua, além de sua família já ter sido vítima no local. Além disso, ninguém conseguiu identificar o local exato onde a colmeia das abelhas está posicionada.

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Conforme Tássia, ela tentou contato com o Corpo de Bombeiros, mas teve problemas com o número, que leva à central em Marabá. Sem saber o que fazer, chamou dedetizadores, mas eles não conseguiram chegar a entrar no local para realizar a dedetização. Junto à Prefeitura Municipal, não sabe quem procurar.

A dificuldade em não saber como proceder nessa questão não é apenas de Tássia. O Correio de Carajás procurou os órgãos públicos questionando sobre essa situação e nem eles parecem saber qual a solução para a questão.

 

PREFEITURA DE MARABÁ 

 

Procurada, a administração municipal alegou que não lida com animais e insetos, afirmando ser esse um papel tradicionalmente delegado ao Corpo de Bombeiros. Afirma, ainda, estar prevista a construção de um Centro de Zoonoses em Parauapebas, projeto há muito cobrado pela população e que chegou a ser aprovado no final de 2020, mas ainda não saiu do papel.

“O Centro tem como objetivo lidar não só com as doenças, inclusive aquelas transmissíveis para os humanos, mas também de lidar com situações envolvendo resgate e realocação de animais”, diz o texto, apontar que, no caso atual, resta procurar o Corpo de Bombeiros, lembrando que o extermínio não é a solução ideal, já que os seres são protegidos pela legislação ambiental.

CORPO DE BOMBEIROS 

 

O Corpo de Bombeiros, por sua vez, alega que a remoção deve ser feira pela prefeitura. O Tenente Coronel Hugo, do 23º Grupamento Bombeiro Militar de Parauapebas, afirma que o extermínio de abelhas é crime ambiental, tendo em vista que as abelhas são protegidas por lei.

De acordo com ele, o primeiro passo a ser dado é comunicar à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), que tem um convênio com a Universidade Federal Rural da Amazônia UFRA. Eles realizam, então, a captura das abelhas, uma vez que o extermínio é uma medida utilizada só em último caso. “Assim, SEMMA deve ser acionada, e ela fará o direcionamento, que poderá ser, ou não, ao Corpo de Bombeiros”.

O tenente aproveita para informar que é importante entender que as abelhas aparecem de duas formas: formando uma colmeia com o tempo ou como “abelhas imigrantes”, um amontoado de abelhas que estão em determinado local, mas normalmente saem rapidamente e geralmente não atacam as pessoas, só quando se sentem ameaçadas.

Os ataques acontecem, normalmente, durante o dia. À noite, as abelhas se locomovem através de calor, pois são cegas. Nesse horário, normalmente, as remoções são realizadas pelo Corpo de Bombeiros, mas somente quando é confirmada situação de risco à vida, ou seja, quando há pessoas que possuem alergias ou casos semelhantes. (Clein Ferreira com informações de Ronaldo Modesto)