Na tarde do último domingo (13), quatro crianças foram agredidas na praça pública da cidade de São João do Araguaia. O acusado pela violência contra os menores é João de Deus, pai da atual prefeitura do município, Marcellane Martins.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia de São João do Araguaia, os meninos chegaram por volta das 16 horas na praça para jogar futebol e logo foram alertados pelo padre da Paróquia para que parassem a brincadeira.
Contudo, os meninos continuaram na praça, em frente à residência de João de Deus. “João queria a todo custo pegar a bola, com a intenção de que não jogassem mais na praça. Foi nesse momento que ele passou a agredir verbalmente”, diz o trecho da ocorrência, citando as palavras de baixo calão que teriam sido ditas às crianças.
Leia mais:Segundo um dos meninos vítimas da violência, João partiu para cima e começou a fazer agressões físicas, com chutes e tapas. Uma das crianças tentou ir pra cima de João de Deus para defender seus amigos, e nesse momento apareceu uma pessoa de prenome Tamires, que falou “não bate nele, ele tem problemas de coração”.
Logo em seguida, João voltou para sua residência, pegou o carro e saiu.
Desesperados, os pais das crianças envolvidas foram até a delegacia prestar queixa sobre a agressão.
Em um áudio compartilhado nas redes sociais, uma das mães clama para que a notícia seja compartilhada para o crime não ficar impune. “Me ajudem. É uma mãe pedindo ajuda. Senhor Jesus, isso não pode ficar assim. Esse homem não pode chegar no meu filho, e no filho de outras pessoas, e agredir. Ele chutou e empurrou meu filho no chão”, fala a mulher, chorando.
A Reportagem não conseguiu contato com João de Deus. Na tarde desta segunda-feira, 14, por telefone, tentamos contato com a prefeita Marcellane para buscar o telefone de seu genitor ou dos advogados que o representam, mas a ligação remetia para a caixa postal.
ATUALIZAÇÃO
O Correio de Carajás conseguiu contato com João de Deus, pai da prefeita de São João do Araguaia. Para a reportagem, ele afirmou que estava em sua residência, assistindo televisão no quarto e ficou ouvindo muito barulho das crianças brincando nos aparelhos da academia pública da praça.
“Eram uns 15 meninos. Eu saí de casa e pedi para que eles parassem com o barulho e voltei pra dentro de casa. Passaram outros 10 minutos e o barulho aumentou, e fui lá fora de novo. Tentei tomar a bola, mas eles correram. Fui atrás da polícia, falei com o pai e a mãe de um dos meninos que estavam lá próximo e eles me falaram que não tinham condições de segurar os meninos, que eles eram muito danados”, relata João de Deus.
Ele narra, ainda, que saiu de carro para ir atrás da polícia e que em nenhum momento agrediu os meninos. “Isso não existe. O delegado de São João mandou os meninos para Marabá para fazerem exame de corpo de delito. Pode ligar para a delegacia. Isso não existe. O problema disso tudo é por causa de política. Eu sei quem está fazendo isso”, finalizou.
Matéria atualizada às 17h50, do dia 14/03/2022
(Ana Mangas)