Correio de Carajás

Justiça liberta jovem que matou colega

Henrique afirma ter agido em defesa própria e chegou a socorrer a vítima antes de se entregar

Ricardo Henrique Barbosa, de 18 anos, preso em flagrante por matar o colega de trabalho, recebeu o direito de responder em liberdade pelo crime durante audiência de custódia realizada pelo juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, titular da 3ª Vara Criminal de Marabá. Conforme divulgado pelo Correio de Carajás, o acusado tentou socorrer a vítima e ainda se entregou espontaneamente à Polícia Militar após o homicídio.

À Reportagem, Henrique Barbosa, de 18 anos, informou ter atacado Francisco Vieira, o Chiquinho, de 38 anos, com um facão, no intuito de se defender. Os dois haviam ingerido bebida alcoólica juntos na Vila Cruzeiro do Sul, zona rural de Itupiranga, e a vítima estaria ameaçando Henrique de morte após uma discussão entre ambos.

O magistrado homologou a prisão em flagrante registrada na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, em Marabá, mas entendeu não ser necessária a prisão cautelar de Henrique porque ele preenche os requisitos previstos em lei para responder ao processo em liberdade.

Leia mais:

“Consta que o custodiado brigou com a vítima, durante uma bebedeira em uma distante vila do interior, e tão logo ocorrido o fato ajudou a socorrer seu amigo, apresentando-se no destacamento da Polícia Militar para providências, o que demonstra sua boa-fé na contribuição ao esclarecimento dos fatos”, observa o juiz em decisão publicada na tarde de quinta-feira (10).

Mesmo em liberdade, Henrique terá que cumprir medidas cautelares, entre elas, não frequentar bares ou ser flagrado embriagado e permanecer no interior de sua residência no período noturno, das 18 às 6 horas.

CASO

Ricardo Henrique e Francisco Vieira se desentenderam na propriedade onde trabalhavam juntos na noite de terça-feira (8) e a morte ocorreu na madrugada de quarta (9). Henrique afirmou ao Jornal Correio que os dois haviam bebido cerveja e que Francisco ficou bastante alcoolizado.

“Ele tomou cachaça demais, ficou doidão, falou que ia me matar e saiu. Eu nem dei moral. Depois, ele voltou com a faca e as mulheres falaram que ele vinha vindo. Eu passei a mão no facão e cortei ele”, relatou, afirmando que apenas se defendeu de um possível ataque. “Fiz fui me entregar, eu não tava errado”.

Henrique ainda auxiliou o dono da propriedade a socorrer Francisco, que foi encaminhado à Unidade de Saúde da Vila Cruzeiro do Sul, também conhecida como Quatro Bocas. A vítima, contudo, não resistiu e morreu. Henrique então procurou os policiais militares da localidade e se entregou, confirmando ter sido o autor dos golpes. De lá, ele foi apresentado à Polícia Civil.

(Luciana Marschall e Evangelista Rocha)