O Rio Tocantins, apesar da perspectiva da Eletronorte, diminuiu de 12,11 metros para 12,06 acima do nível normal o maior nível normal. No ponto alto da cheia, em janeiro, o rio alcançou a marca de 13,09 metros. Em 22 dias, de 19 de janeiro a 10 de fevereiro, o nível havia diminuído 3,23 metros e recuado até 9,86 metros. Desde então, foram seguidos acréscimos de volume e já avançou 2,25 metros em duas semanas.
Nos últimos cinco dias a escalada das águas foi, em média, de 4 centímetros por dia. O que pode ser visto como alento, pois nos dias iniciais do repique – que é quando o rio volta a subir – a elevação chegou a 32 centímetros de um dia para o outro.
Na manhã de ontem a reportagem do Correio de Carajás esteve na orla de Marabá e verificou que a Avenida Marechal Deodoro estava parcialmente tomada pelas águas. Nos pontos mais baixos da avenida, o tráfego de veículos na rua já se tornou impossível, levando alguns motociclistas a se arriscarem transitando pela calçada da orla, competindo pelo espaço com os pedestres.
O Boletim de Vazões e Níveis divulgado na última quinta-feira prevê que neste sábado, o Rio Tocantins chegasse a no máximo 12,27 metros e no domingo, esse patamar subisse para 12,32. Mas não é o que está acontecendo.
Diante desses números, a reportagem solicitou à Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) o balanço atualizado, com informações sobre os flagelados. O total de famílias atingidas chega a 5.157, dessas 2.485 estão desalojadas, 1.051 em abrigos, 797 famílias ribeirinhas e 862 ilhadas, que ficam no segundo piso das casas e são resistentes em sair de suas residências.
PLANTÃO
Durante o período de carnaval, a Coordenação de Proteção e Defesa Civil estará de plantão para atender as famílias, que podem ser atingidas pela enchente deste ano, com o transporte dos móveis e pessoas para os locais seguros, como abrigos e casas de amigos e parentes.
“Estamos atendendo todos os dias toda demanda da população que nos procura, realizamos cerca de 200 ligações todos os dias para as pessoas desalojadas. Nos abrigos estamos atendendo com cestas básicas, vale-gás e ação de saúde com médicos, odontólogos, atendimento de idosos e criança, além da entrega de água e outras ações”, destacou Marcos Andrade, assessor da Defesa Civil, destacando que a Defesa Civil estará de plantão.
“A defesa não vai fechar. Todos os dias, estaremos abertos com atendimento para mudanças e questões de abrigos, não atenderemos a população em relação à distribuição de cestas ou outras ações nos abrigos, apenas ao transporte das famílias”, esclareceu Marcos Andrade, lembrando que o rio está subindo e, mesmo que o rio volte a baixar, não é momento de retornar ainda às residências. (Com informações da Ascom PMM)