Atualização 20 de fevereiro de 2022 por Redação
A tragédia provocada pelo temporal do dia 15 de fevereiro pode ser considerada a maior da cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio. Com 152 mortes já confirmadas, o número superou o registrado em 1988, quando 134 pessoas morreram após um intenso temporal, que causou deslizamentos e enchentes.
Em 2011, a cidade de Petrópolis também foi atingida por fortes chuvas e 73 perderam a vida. Foi o ano em que o Brasil passou por uma das piores catástrofes climática do país —centenas de pessoas morreram na cidade vizinha, em Friburgo, também na Região Serrana do Rio.
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Ao longo da semana, especialistas já falavam em tragédia anunciada. O engenheiro geotécnico Luís Carlos de Oliveira, um dos responsáveis pelo Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR) elaborado em 2017 e encaminhado à prefeitura da cidade naquele mesmo ano, diz que diversas medidas que deveriam ter sido tomadas anos antes mal saíram do papel. O problema da ocupação urbana, não somente deixou de ser resolvido, como piorou ao longo do tempo, segundo ele.
“Todas as reflexões feitas após o estudo alertaram para questões estruturais de urbanização e de soluções de habitação. Em toda a região onde ocorreu a catástrofe, foi observado um adensamento com aumento e intensificação da ocupação nesses últimos anos”, destacou o especialista.
O Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR) elaborado e divulgado em 2017 indicava que mais de 15 mil residências no primeiro distrito de Petrópolis estavam em áreas de risco alto e muito alto para deslizamentos de terra. Foi justamente esta a região mais impactada pelas chuvas de terça-feira (15) no município.
No total, havia 27.704 casas em regiões de risco alto e muito alto, em locais em grande parte dentro de áreas de preservação permanente (APP’s).
A cidade imperial, como Petrópolis é nacionalmente conhecida, é suscetível a fortes chuvas devido à sua topografia. Mas as ocupações irregulares em encostas e em áreas de proteção permanente (APP) são fatores condicionantes no impacto de eventos climáticos extraordinários como o que se viu.
Em entrevista à CNN neste sábado (19), o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), afirmou que existem áreas de risco em quase toda a cidade e que a constituição dos terrenos propicia desastres em decorrência de chuvas.
“Existem áreas de risco em quase toda a cidade. Uma cidade de 300 mil habitantes… Terreno extremamente acidentado, a gente tem algumas características de terreno que também não favorecem”, disse o prefeito.
Na última terça-feira (15), choveu em apenas quatro horas, o que era previsto para todo o mês de fevereiro.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), foi a maior chuva da história da cidade.
(Fonte: CNN Brasil)