O tempo seco e as queimadas, que há um tempo vem tomando conta de Marabá, têm influenciado no alto número de pessoas atendidas no Hospital Municipal. De janeiro a março deste ano, a média de atendimentos ficou em aproximadamente cinco mil, enquanto no acumulado de abril, maio e junho saltou para quase 12 mil, ou seja, mais do que dobrou nos últimos três meses. Segundo o médico Marcos Jová Santos da Silva, muita gente tem procurado o HMM para tratar as doenças respiratórias que surgem neste período do ano.
“Uma grande parcela desses casos é de problemas respiratórios, principalmente nesta época do ano, o que está relacionado às queimadas, ao calor e à poeira muito intensa”, confirma. Ele também acrescenta que os mais atingidos são crianças de até dois anos e idosos, que geralmente possuem cardiopatias ou problemas pulmonares. O médico também estima que do número total de atendimentos, cerca de 30% dos casos atendidos são de doenças respiratórias.
“Hoje, o Hospital Municipal faz atendimentos ao público em geral. Esse atendimento é voltado para pacientes de classificação de média e alta complexidade. Porém, o ambulatório funciona com atendimento para casos mais simples também”, esclarece. Conforme Marcos detalha, os pacientes passam por uma triagem ao procurar a unidade hospitalar e o enfermeiro responsável faz uma classificação de risco da condição do paciente, para que seja tratado corretamente.
Leia mais:Embora, a maioria dos casos não tenha muitas complicações, alguns indivíduos chegam a ser internados, direcionados para o pronto socorro e para a Unidade de Cuidados Especiais (UCE). “Às vezes, é até necessário solicitar apoio do Hospital Regional do Sudeste do Pará, com a Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”. O HMM recebe demanda não só de Marabá, mas também de municípios próximos.
Cuidados
Para evitar que a qualidade do ar e o tempo seco influenciem na respiração dos marabaenses, o médico recomenda que algumas práticas sejam adotadas nesta época do ano. De acordo com ele, as pessoas precisam se hidratar muito, ficar em ambientes arejados, umidificar o ambiente e evitar as queimadas de lixo e vegetação. Marcos Jová destaca que é necessário também que estes mesmo indivíduos sejam responsáveis por conscientizar os vizinhos e familiares sobre o problema de colocar fogo em entulhos no quintal.
“Observa-se que a cidade já evoluiu bastante na questão da coleta do lixo”, frisa, sugerindo que a Prefeitura recolha e dê um destino correto aos entulhos, evitando que as pessoas se utilizem de queimadas. (Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho)