Um grupo representativo de servidores municipais participou da Sessão Ordinária desta quarta-feira, 16, e cobrou um posicionamento da prefeitura quanto ao reajuste salarial do servidor público municipal, que não ocorreu na atual gestão.
Muito emocionado, Walter de Freitas Leal, presidente do Servimmar (Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Marabá), lembrou que os trabalhadores estão há 6 anos sem aumento dos seus salários, nem mesmo para corrigir a inflação.
O representante de classe destacou que é obrigação do Executivo dar o reajuste dos servidores. Os concursados ou contratados com ensino médio deixaram de receber 28,96% de perda salarial durante esse tempo. “O ensino superior, se continuar assim, vai virar ensino fundamental e vão ganhar um salário mínimo. Nós nos sentimos humilhados. Você vê um servidor se empenhando em todos os cenários, mas sem receber o reajuste se sentem humilhados. É muito difícil a situação”, desabafou.
Leia mais:Walter frisou que a decisão pelo reajuste salarial está exclusivamente nas mãos do gestor municipal. “Ele (Tião Miranda) passou 6 anos sem dar o reajuste da inflação. Assim que assumiu, tirou 10% da insalubridade dos servidores da saúde. Nosso pedido é que a Câmara convoque o prefeito para discutirmos a nossa situação, para resolver nossos problemas”, sugeriu.
Demerval Bentes da Silva, diretor do Sintesp (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública), solicitou que a Casa de Leis marque uma audiência com o prefeito Tião Miranda para receber os servidores e resolver a questão do aumento salarial. “Pedimos a todos os vereadores que saiamos daqui com essa questão resolvida. Temos de tratar da pauta dos trabalhadores, aumento de salário, nem que seja o reajuste sobre a inflação. Não é o prefeito querer, está assegurado na Constituição. O Governo Tião Miranda está cometendo crime e é um fora da lei. Marabá deixou de ser fazenda, e é preciso cumprir a lei. Nós, do sindicato, temos de dizer isso aqui, infelizmente. Hoje era para estarmos parados. Não tem condições de aguentar”, vociferou Demerval.
REAÇÃO DOS VEREADORES
Diante do exposto, alguns Parlamentares começaram a se pronunciar. O primeiro foi Ray Athie, que deu a sugestão de que a CMM não vote nenhum projeto caso o prefeito não receba os servidores e dê uma solução para a reivindicação do reajuste devido. “Temos de mobilizar a Casa e parar enquanto ele não der o aumento aos servidores. Não dá para o servidor trabalhar e não ter o que comer no final do mês. Vamos votar o abono salarial, que é necessidade, mas fechamos a pauta para outras demandas, até ser resolvido esse dilema sem fim. Isso não é justo com o servidor e nem com Marabá”, salientou o vereador.
Márcio do São Félix enfatizou que em nenhum momento a Câmara deixou de se posicionar em favor dos servidores. “Como cidadãos e pais de família temos de defender o direito de vocês. Existe uma lacuna de diálogo do prefeito com os servidores. Eles cobram o que lhes é de direito, e devemos fomentar essa discussão com o Executivo para resolver a questão”.
Ilker Moraes disse que vem se posicionando contra os desmandos que a gestão tem feito com os servidores. “A Casa foi enganada com a questão do projeto de insalubridade, que foi dito que só iriam mexer depois de ser realizada uma perícia técnica de cada caso”, lembrou.
Na visão de Moraes, um atendimento humanizado perpassa pela valorização dos servidores. “Não tem atendimento bom com servidor desvalorizado, recebendo pouco e passando necessidade. O preço dos alimentos está exorbitante. O prefeito tem de entender que a cidade não é feita de concreto, ela é feita de pessoas”.
Por fim, Ilker concordou com a sugestão do colega Ray Athie para a Câmara trancar a pauta enquanto o tema reajuste não for discutido com a gestão municipal para achar uma solução que beneficie o servidor. “Iremos paralisar todas as pautas do Executivo Municipal”, anunciou.
Cristina Mutran destacou que os servidores querem do Executivo uma posição efetiva para o reajuste dos servidores. “Fomos ludibriados na negociação da insalubridade. Somos parceiros de todos os senhores”, disse, pedindo em seguida uma reunião com o Executivo para discutir o tema.
Sensibilizado com a situação, o vereador Miguelito disse ser comovente a situação. Para o parlamentar, é preciso avançar e resolver o problema, que caminha para ficar insustentável. “Digo ao vereador Ray Athie que foi belíssimo seu posicionamento. Só existe uma pressão contra qualquer membro do Poder Executivo: o trancamento da pauta. Seja o prefeito que for duvido ele aguentar dois anos de trancamento de pauta”, avaliou.
Por fim, os vereadores decidiram agendar uma reunião com o prefeito Tião Miranda para abordar o assunto e obter um posicionamento formal sobre o assunto.