A quinta intervenção policial com morte da semana foi registrada em Parauapebas. Dois acusados de envolvimento com o crime tombaram ao reagirem a abordagens policiais na noite de terça-feira (1º) e outros três nesta quarta (2), quando também ocorreram dois homicídios, um deles vitimando um policial militar.
Os três casos de intervenção policial de ontem ocorreram no Bairro dos Minérios. Em um deles, Jordão Ferreira da Silva foi baleado por uma guarnição que fazia buscas para localizar a motocicleta utilizada no baleamento do policial militar, ocorrido pela manhã no Bairro Cidade Jardim.
Dois suspeitos foram abordados e eram revistados quando uma mulher se aproximou dos policiais pedindo socorro e afirmando haver um homem dentro da casa dela. Os militares foram ao local e outra mulher afirmou haver uma pessoa sendo feita refém na residência.
Leia mais:A guarnição entrou na casa e deu de cara com Jordão Ferreira empunhando a arma de fogo e apontando-a contra os militares, que reagiram e atingiram o homem no tórax. Ele chegou a ser encaminhado ao Hospital Municipal, mas não resistiu.
Em outra situação, Dailson Conceição Sousa foi baleado por policiais após apontar uma espingarda calibre 28, de fabricação caseira, contra a guarnição. Três vítimas de assaltos cometidos por ele foram identificadas.
A Polícia Militar informou ter recebido denúncia de que um homem teria assaltado diversos estabelecimentos no Bairro Cidade Jardim e encaminhou uma equipe para a região. Lá, os policiais foram informados que um indivíduo alto, negro, magro e em posse de uma espingarda seria o responsável pelo roubo de aparelhos celulares e dinheiro.
A proprietária de uma panificadora cedeu imagens do assaltante, gravadas pelo sistema de videomonitoramento do estabelecimento. Um dos funcionários do local o reconheceu e informou o endereço dele.
Em posse das imagens e da localização, os policiais foram até a residência de Dailson. Lá, afirmam, o acusado abriu a porta apontando a espingarda e tentando dispará-la. Os policias então efetuaram dois disparos, atingindo-o. Em seguida, Dailson foi colocado na viatura e encaminhado ao Hospital Municipal de Parauapebas, mas não resistiu e morreu.
Na residência foram apreendidos um aparelho celular, a camisa social listrada utilizada no roubo, 25 gramas de cocaína, munições não deflagradas e a espingarda.
Pela manhã, Silvane Ferreira de Almeida Junior foi baleado por policiais militares que também faziam buscas pelos responsáveis pelo ataque ao policial. Durante as diligências, uma guarnição se deparou com Silvane que teria apontado uma arma em direção aos militares, sendo alvejado pela equipe. Um revólver calibre 38 foi apreendido com ele, que morreu a caminho do hospital.
OUTRAS INTERVENÇÕES
Em outras duas intervenções, na noite de terça-feira (1º), foram mortos Marcelo da Silva Carvalho, o Fontenele, no Bairro Novo Brasil, às 19h20, e Nazareno Jesus da Trindade, no Bairro Tropical, às 19h30. Nas duas ocasiões, os homens puxaram armas para as guarnições da Polícia Militar, que revidaram.
No bolso de Fontenele foi encontrada uma quantidade de maconha e Nazareno foi apontado como membro da facção PCC e suspeito de participação da chacina de cinco pessoas ocorrida em 2021 no Bairro Vila Nova.
HOMICÍDIO
Na tarde de quarta Adielson Costa dos Santos, de 20 anos, foi executado a tiros na Rua 01, Bairro Vila Nova. Segundo testemunhas, os dois assassinos se aproximaram em uma motocicleta e efetuaram disparos de arma de fogo contra a vítima, que morreu ainda no local. O corpo foi removido para necropsia pelo Instituto Médico Legal (IML).
POLICIAL MILITAR
Na manhã de quarta foi baleado na cabeça o soldado Emerson Brito dos Santos, da Polícia Militar, em uma possível tentativa de assalto. Ele foi socorrido, mas não resistiu e morreu à tarde, quando seria transferido para o Hospital Regional do Sudeste do Pará, em Marabá, onde será sepultado o corpo nesta tarde.
SILÊNCIO
O Correio de Carajás procurou a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará solicitando mais informações sobre a morte do policial militar, mas não obteve resposta até o momento. A Polícia Civil de Parauapebas também foi procurada, mas não quis se manifestar sobre o cenário de violência crescente desencadeado na terça. (Luciana Marschall – com informações de Ronaldo Modesto)