Apesar de não encontrar nenhum resto mortal dos 58 desaparecidos da Guerrilha do Araguaia, movimento guerrilheiro criado pelo Partido Comunista do Brasil entre fins da década de 60 e metade da década de 70, a expedição da Comissão Especial sobre Mortos e Desparecidos Políticos (CEMDP), se deparou com o abandono de monumentos e símbolos da história do episódio histórico.
Em Xambioá, município do Bico do Papagaio, onde houve forte atuação dos guerrilheiros e militares, a Comissão visitou o conjunto arquitetônico do Memorial do Araguaia concebido pelo arquiteto Nivaldo Iamauti, fundado em 2001 com a participação da comunidade de vários municípios da região, mas atualmente não revebe nenhum tipo de apoio do poder público. O local é ligado ao Instituto de Apoio aos Povos do Araguaia (IAPA).
O mato e a sujeira tomaram conta do local e fica evidente o estado de negligência a obra. Nenhum dos Governos nas três esferas, tem dado apoio para a manutenção do monumento, que do projeto total, tem apenas a construção do anfiteatro e do obelisco concluídas. Ainda restam uma biblioteca, um museu, salas para oficinas, um cinema, uma lanchonete e um espaço para o IAPA.
Leia mais:Em Marabá, local por onde a equipe também passou, encontrou mais abandono. Desta feita com a Casa Azul, lugar para onde eram levadas as pessoas presas na época. A expedição se reuniu com representantes de movimentos sociais da Câmara Municipal em Marabá para alinhar um projeto de lei de tombamento.
Ao todo compuseram a equipe três membros da CEMDP, um médico perito, uma arqueóloga forense, uma bioantropóloga, três geofísicos e cerca de oito familiares de desaparecidos políticos. Colaboram ainda representantes da perícia oficial do estado do Pará e de professores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). (Fonte: Folha do Bico)