A cepa H3N2 do vírus influenza provocou um aumento no número de casos de gripe em vários estados brasileiros nas últimas semanas. Dois estados, Rio de Janeiro e Paraíba, enfrentam situação de epidemia. Outros cinco estados passam por um cenário de surto da doença, incluindo Espírito Santo, Rondônia, Rio Grande do Norte, Goiás e Pará.
Uma das hipóteses para o aumento de casos no país é que a linhagem Darwin, encontrada nas amostras analisadas, não está incluída na composição das atuais vacinas em uso no hemisfério Sul.
Seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2020, os produtores de vacina incluíram as linhagens de Influenza A/Victoria/2570/2019 (H1N1), A/Hong Kong/2671/2019 (H3N2) e B/Washington/02/2019 (B/linhagem Victoria).
Leia mais:No dia 4 de janeiro, o Instituto Butantan, produtor da vacina contra a gripe adotada no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS), informou que o imunizante com a cepa Darwin já está sendo desenvolvido. A vacina trivalente também é composta pelos vírus H1N1 e a cepa B. Segundo o Butantan, as entregas dos lotes da vacina ao governo federal devem ser feitas entre março e abril.
Proteção cruzada
Testes realizados pelo Butantan apontaram que a vacina atual, em uso no país, se mostrou capaz de conferir proteção contra a influenza H3N2 (Darwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição.
“A vacina que temos hoje traz uma proteção cruzada contra a Darwin, menor do que a vacina específica, mas confere. Vimos isso nos reagentes que usamos no controle de qualidade, nas reações in vitro. O reagente da cepa anterior reage como uma cepa nova. Então existe essa possibilidade, esse nível de proteção”, afirmou Ricardo Oliveira, diretor de produção do Instituto Butantan, em um comunicado.
(Fonte: CNN)