Com o objetivo de recompor a vegetação em paralelo a atividade de mineração e assegurar a proteção e o adensamento florestal em áreas de compensação ambiental ou de preservação permanente, a Vale realiza o plantio de 280 mil mudas arbóreas até março de 2022. Mais de 200 trabalhadores atuam nas ações de reflorestamento e conservação da Amazônia.
Os plantios costumam ser feitos anualmente, aproveitando o período do inverno amazônico. Drones e hidrossemeadura estão entre as tecnologias empregadas. O drone agrícola é utilizado para pulverização, controle de espécies invasoras, semeadura, adubação e distribuição de sementes em locais de difícil acesso como morros, encostas, taludes, áreas alagadas etc. O equipamento, que pode ser programado para dispersar 10 kg de sementes a cada 10 minutos de voo, tem capacidade para detectar obstáculos, radar de alta precisão, GPS, bússola, acelerômetro, barômetro (que calcula a pressão atmosférica) e câmera, o que facilita o maior controle e eficácia do plantio.
Para recuperação dos taludes de áreas mineradas é utilizada também a tecnologia da hidrossemeadura, após o uso de uma espécie de manta vegetal. Com a técnica é priorizado um mix de sementes típicas de canga (vegetação característica de locais em que há presença de minério de ferro) em taludes de cava, ou mix de vegetação de florestas, nas pilhas de estéril. Em Carajás (Parauapebas) e Sossego (Canaã dos Carajás), por exemplo, todas as minas continuam em operação, porém a atividade de reintegração das áreas mineradas ao ambiente natural é realizada de forma paralela. Até março do ano que vem, período que encerra o inverno amazônico, serão mais de cinco toneladas de sementes distribuídas contendo cerca de 100 espécies nativas.
Leia mais:“Me orgulho em saber que a atividade, por exemplo, de hidrossemeadura que realizo, contribui com um projeto tão importante de conservação de um dos ecossistemas mais lindos e ricos de biodiversidade do mundo”, diz Thercio Pinho, engenheiro ambiental da empresa terceirizada Florestas Engenharia.
Por meio da unidade do S11D (Serra Sul, em Canaã dos Carajás), continuam as ações de restauração do Programa de Conectividade Florestal. Até março será concluído o plantio de 82 mil mudas na área. Desde o início das operações do S11D, já foram plantadas mais de um milhão de mudas de espécies variadas.
“É bom demais, porque eram locais muito desmatados e hoje precisamos resgatar muitas culturas como o mogno, o angelim e a castanheira que quase não víamos mais, muito por conta da ação dos madeireiros, e com meu trabalho eu garanto que nós vamos voltar a ter o manejo dessas espécies, plantando para que isso aqui no futuro permita que as próximas gerações conheçam a nossa natureza”, diz Daniel Soares, 43 anos, encarregado florestal da empresa terceirizada Sete.
Em 2022, Metais Básicos Atlântico Sul realizará o plantio de mais de 15 mil mudas de castanheira, que está entre as espécies protegidas por lei e priorizadas pelo interesse de conservação, além de espécies atrativas para a fauna silvestre e de crescimento rápido para agilizar a cobertura do solo, com espécie como o ingá, muito usado pelos primatas para ficarem em locais mais altos longe dos predadores. As castanheiras também têm recebido uma atenção especial com a colocação de uma proteção ao seu redor nos primeiros anos de crescimento, a fim de evitar o ataque de predadores antes que a planta já esteja forte o suficiente para seguir se desenvolvendo ao longo dos anos. Também é feito um contínuo trabalho de capina para controle das gramíneas exóticas que competem com as mudas na restauração.
Fique por dentro
Antes da mineração – Antes da atividade de mineração ser iniciada, é feito o trabalho de coleta de sementes e de pequenas mudas de plantas, além do afugentamento de fauna para outras áreas. As plantas vão para o viveiro de mudas onde são pesquisadas e conservadas para serem plantadas nas áreas de compensação. Esse trabalho visa justamente recompor a vegetação buscando reconstituir o ambiente natural e as espécies típicas daquela área.
Após o plantio – A área é monitorada para acompanhar o crescimento das plantas em seus diferentes estágios e o retorno da fauna. O Instituto Tecnológico Vale (ITV) também realiza um trabalho de pesquisa para acompanhar e comparar se a área recuperada voltou a ter as características da biodiversidade anteriormente presente ali. (Ascom/Vale)