Com a propagação da ômicron, bem mais contagiosa, o país superou os 86.852 casos registrados em novembro de 2020, provocados pela alpha, que era a cepa dominante. Agora, a circulação do vírus pode ganhar ainda mais força com as festas de fim de ano e as reuniões familiares. O governo francês, até agora, adotou poucas medidas de impacto.
Em Paris, a variante ômicron já seria responsável por quase metade desses casos, mas o número é provavelmente bem maior. A estimativa é que, de cada 100 parisienses, pelo menos um já tenha sido contaminado pela nova cepa, sem contar os habitantes que não foram testados.
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O país aposta na terceira dose da vacina contra a Covid-19 e no reforço do passaporte sanitário para evitar o risco de saturação no sistema hospitalar – o controle de casos parece já ter se tornado um sonho distante. Mas o potencial de transmissão da ômicron pode obrigar a França a tomar medidas mais severas na próxima semana.
Jean-François Delfraissy, presidente do Conselho Científico francês, órgão que orienta as decisões do governo sobre a epidemia, alertou para o risco de “desorganização social” dos serviços essenciais a partir de janeiro.
Essa desorganização, segundo ele, poderia ser provocada pela ausência de muitos funcionários contaminados nos setores da educação, transporte, segurança e saúde.
Segundo o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, se os estudos confirmarem que a ômicron gera de fato menos casos graves, as regras de isolamento para conter a propagação do vírus poderiam ser reavaliadas. Ele afirmou que novas decisões poderão ser tomadas neste sentido a partir da próxima semana e ressaltou que o governo fará o possível para evitar “qualquer fenômeno de paralisia no país.”
A SNCF, a companhia metropolitana de trens francesa, já previu o cancelamento de trens regionais para aliviar os efeitos da quinta onda epidêmica, provocada pela variante delta e a chegada da ômicron. A prefeitura de Paris também cancelou o tradicional show de Ano Novo com queima de fogos de artifício na avenida Champs-Elysées. (Fonte: G1)