O Portal Correio de Carajás divulgou na manhã desta sexta-feira (17) a informação de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia aprovado a imunização contra covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade.
De acordo com a Anvisa, a autorização veio após uma análise técnica criteriosa de dados e estudos clínicos. As informações avaliadas indicam que a vacina é segura e eficaz para o público infantil.
Com a veiculação da matéria, o assunto acabou gerando polêmica e divergência sobre a aprovação. No perfil do Correio de Carajás no Instagram, a grande maioria dos comentários era de críticas à vacinação nas crianças.
Leia mais:“Eu mesma não irei vacinar os meus (filhos), tô fora.. em mim podem aplicar até 20, mas neles não!” – @doce_sonho9
“Eu tomei as 2 doses da pfizer mas a minha filha não vai tomar isso nem a pau!!” – @michelealbaa
“Pra bem longe de mim e dos meus filhos” – @thay_patricyah_alves
“Meu filho nunca que vai tomar isso. Não mesmo” – @elziany
“Estão dopando os indivíduos e agora querem alterar os genes das crianças com remédios sem comprovação dos efeitos” -@taischandra
Dentre tantos comentários, muitos se repetem, como: “absurdo”, “misericórdia” e “vacina em criança não”. Poucas pessoas se mostraram a favor da ciência e da vacina, como é o caso do seguidor @neto.ips que escreveu: “Eu quero é a vacina!” ou de @ceci_ribeiro_ que questionou uma outra pessoa “Bela mãe! Se protege e deixa a filha a ver navios… aliás! A ver vírus!”.
Com a palavra: os especialistas
A decisão foi comemorada por especialistas e sociedades médicas, que chamam a atenção para a quantidade considerável de óbitos por essa doença entre os mais jovens nos últimos meses.
“A notícia da liberação desse imunizante para as crianças é excelente. Finalmente esse público poderá ser protegido da covid e de suas formas mais graves”, analisa a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
“A chegada de uma vacina contra a covid-19 para crianças brasileiras é algo a ser visto com muito otimismo, alívio e alegria”, concorda a pediatra Heloisa Ihle Garcia Giamberardino, coordenadora do Centro de Imunizações do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, no Paraná.
O médico Renato Kfouri, representante da Sociedade Brasileira de Pediatria, chamou a atenção para o fato de que, atualmente, a covid-19 mata mais do que todas as demais doenças infecciosas contempladas no calendário de vacinação infantil.
“Além disso, precisamos levar em conta as complicações da infecção pelo coronavírus nessa faixa etária, como o risco de síndrome inflamatória multissistêmica, a covid longa, a hospitalização e toda a carga relacionada com essa doença”, disse o pediatra.
Ministério da Saúde
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta sexta-feira (17) que não é consensual a vacinação contra covid-19 em crianças, e destacou que a pasta quer discutir o assunto de forma mais ampla.
“Nós queremos discutir de maneira aprofundada, porque isso não é um assunto consensual. Há aqueles que defendem, há os que defendem de maneira entusiástica, há os que são contra, então a gente tem que discutir”.
Na noite de quinta (16), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que havia pedido os nomes dos integrantes da Anvisa que aprovaram a indicação da vacina contra a covid-19 da Pfizer para crianças para que sejam divulgados.
O presidente, que questiona a efetividade dos imunizantes, afirma que ainda não se vacinou contra a covid-19 e critica a obrigatoriedade da imunização e o chamado passaporte da vacina.
“Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos”, disse o presidente na tradicional transmissão ao vivo nas redes sociais que faz às quintas-feiras. (Ana Mangas, com informações de Isto É)