Com um olhar dedicado ao passado, mas visando um futuro maior, o CurtaCarajás iniciou sua nona edição nesta quinta-feira (9) em sala de cinema do Karajás Shopping, em Parauapebas. O evento de lançamento contou com a presença dos idealizadores do projeto, homenageados, representantes da administração pública e, como não poderia faltar, entusiastas da sétima arte.
Ainda que o festival tenha começado oficialmente mais cedo neste dia, com oficinas voltadas à criação, produção e direção cinematográfica, momentos especiais foram guardados para a noite, como a exibição do curta-documentário Amazônia Sociedade Anônima (2019), do diretor Estevão Ciavatta, acerca do extrativismo ilegal na Floresta Amazônica, mais precisamente no estado do Pará.
A cerimônia de abertura também guardou uma homenagem para João Filho, o “Pezão”, operador de câmera da antiga TV Carajás, produtora que datou as primeiras décadas de Parauapebas desde sua emancipação, em 1988, e que registrou o crescimento da região em torno da Mina de Ferro Carajás.
Leia mais:Em entrevista ao Portal Correio de Carajás, o diretor geral do CurtaCarajás, Ivan Oliveira, declarou que estava ansioso pela volta do festival e se mostrou satisfeito com o primeiro dia de exibição cinematográfica e oficinas.
“Batemos recorde na participação das oficinas, com muita gente querendo imergir nesse mundo da produção audiovisual, sessão para a exibição do filme lotada com uma temática ambiental. Estamos muito felizes com o resultado” disse Ivan.
Ele comentou a possibilidade de tornar o festival de curta-metragem um evento internacional. “Isso, por si só, seria uma grande vitória para o movimento audiovisual, amazônico e paraense. Me dá muita alegria perceber que Parauapebas tem um festival de nome há quase dez anos, é um orgulho pra quem é daqui”, declarou Ivan, ambicioso.
Por fim, ele convida o público para comparecer ao CurtaCarajás na sexta (10) e no sábado (11), com oficinas e curtas que foram sucesso em outras edições do festival “que farão sorrir, chorar e se emocionar”, segundo o diretor.
Fernanda Brito Gaia, natural de Belém e atuante na área da produção e direção cinematográfica há quase vinte anos, foi convidada para ministrar oficinas no CurtaCarajás e confessou que ajudar o público, especialmente outras mulheres como ela, a entrar no mercado audiovisual foi o que a motivou a vir até Parauapebas, deixando até mesmo de prestigiar uma produção dela mesma em festival de Bogotá, Colômbia.
“Nossa intenção é formar e plantar uma semente, pra quem ainda está curioso e está fazendo as oficinas, pra que comece a fazer filmes aqui, falando da cultura daqui, que é muito particular. Sempre vem gente de fora [do Pará] falar do que é nosso, e eles tem outra visão. Nós temos a nossa visão e eu acho sensacional passar isso para o público” disse Fernanda, que já esteve envolvida em filmagem indicada ao Oscar de Melhor Documentário em 2011, intitulada “Lixo Extraordinário”.
A programação do CurtaCarajás dura até a noite deste sábado, com oficinas acontecendo durante o dia e exibições cinematográficas a noite. Para mais informações, acesse o Instagram do CurtaCarajás (@curtacarajas) e o site oficial do festival. (Juliano Corrêa)