“Ao presidente iraniano Rohani: Nunca mais volte a ameaçar os Estados Unidos ou sofrerá consequências como as que poucos sofreram antes na história”, escreveu Trump na sua conta do Twitter. O líder americano acrescentou: “Já não somos um país que aguentará suas palavras de violência e morte. Seja cauteloso!’.
Poucas horas depois, a agência estatal iraniana Irna minimizou as mensagens de Trump, descrevendo-as como uma reação passiva aos comentários de Rohani.
Leia mais:
Em maio, Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear multilateral de 2015, firmado pelo seu antecessor, Barack Obama, em uma das mais contundentes decisões de sua política externa desde o início do seu mandato. O acordo previa que o Irã se comprometeria a limitar suas atividades nucleares em troca do alívio em sanções internacionais.
O presidente americano, que acusou o Irã de ser “o principal Estado patrocinador do terrorismo”, afirmou que o país trapaceava o acordo para desenvolver seu programa nuclear e voltou a impor sanções a Teerã.
As novas sanções, que entrarão em vigor em agosto, tentam atingir os programas de mísseis balísticos e influência regional do Irã – ameaçando prejudicar ainda mais a já maltratada economia iraniana.
‘Mãe de todas as guerras’
No domingo (22), Hassan Rohani tinha pedido a Washington “para não brincar com fogo”, já que começar um conflito com Teerã representaria “a mãe de todas as guerras”.
Se dirigindo ao presidente americano, Rohani deu um conselho: “Não brinque com a cauda do leão, porque você irá lamentar”, uma expressão em farsi equivalente a não brincar com fogo.
“Negociar hoje com os EUA não significa mais que rendição e o fim das conquistas da nação iraniana. Se nos rendermos para um fanfarrão mentiroso como Trump, vão saquear o Irã”, afirmou Rohani.
Rohani, no discurso para diplomatas, ressaltou que o Irã responderá às ameaças “com ameaças” e não se intimidará.
“Pagaremos custos, mas conseguiremos mais benefícios”, afirmou Rohani, descartando como já fez o líder supremo, Ali Khamenei, qualquer negociação com os Estados Unidos.
No discurso, Rohani também se referiu às declarações feitas por vários responsáveis americanos para encorajar os movimentos de protesto internos contra o regime dos aiatolás. Para o líder iraniano, os EUA não são capazes de “provocar o povo iraniano contra a segurança e os interesses do Irã”, embora nos últimos meses tenha ocorrido manifestações e greves motivadas pela crise econômica.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou nesta segunda a “posição dura” de Donald Trump contra o Irã, de acordo com a France Presse. “Quero homenagear a dura posição manifestada ontem pelo presidente Trump e pelo secretário de Estado Mike Pompeo contra a agressividade do regime do Irã”, disse o premiê durante reunião de seu gabinete.
(Fonte:G1)