A Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri), em parceria com um grupo de 12 produtores rurais dos Projetos de Assentamento Lajedo e Escada Alta, tem trabalhado na produção de mudas de cacau clonal. Nessa parceria, os produtores fornecem a haste e o serviço de enxertia para a clonagem de novas mudas e os técnicos da Seagri cuidam e acompanham o desenvolvimento das mudas no viveiro, desde a semente até o ponto de enxertia, e depois até o ponto para o plantio no campo. A Secretaria também é responsável pelo transporte das hastes que vêm do estado do Tocantins.
De acordo com Milton Francisco França, coordenador do Departamento de Produção Vegetal da Seagri, os tipos de cacau clonado já são conhecidos no Brasil, a exemplo do CCN 51, PS 1319, dentre outros.
“A vantagem do clone é que você reproduz a mesma planta que foi produzida lá na Bahia, vinda para o Tocantins, conservando a precocidade e produtividade, trazendo para o Pará o mesmo material genético, sem mudanças, sem cruzamento”, destaca o técnico.
Leia mais:No final de outubro, técnicos da Seagri e alguns produtores viajaram para o município de Luzinópolis, no Tocantins, para conhecer o cacau clonal já em fase de produção. A expectativa da Seagri é de produzir em torno de 7 mil mudas do tipo, que, no máximo em três meses, já serão entregues aos produtores para o plantio.
“A cultura do cacau está em franca expansão e a grande vantagem é que ela é uma planta perene. Se bem conduzido, cultivado, daqui há 20, 30, 40 anos vai tá lá implantado. É um patrimônio. Além disso, a amêndoa é uma moeda”, pontua.
Cultura do cacau cresce
Segundo a Seagri, o cultivo do cacau costuma interessar aos produtores que residem em localidades mais distantes. Através de uma parceria entre Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – Ideflor-Bio – e Seagri são fornecidas sementes de cacau, a fim de fazer a distribuição para o produtor, tanto da semente quanto do saquinho. A secretaria também fornece treinamento para os agricultores produzirem suas próprias mudas, e, com isso, o viveiro não fica sobrecarregado.
Silvair da Silva é um dos produtores da região do PA Maravilha que está apostando no cultivo do cacau. O agricultor e a família iniciaram o projeto há 3 anos com incentivo da secretaria e já tem um cacaueiro de dois mil pés do fruto.
“A secretaria doou as mudas para gente iniciar. No segundo ano já deu as sementes com os saquinhos para nós. A secretaria ajuda na preparação do solo, no kit de irrigação para alguns e estamos levando, vencendo o verão. Nossa expectativa é de que a produção esteja em alta nos próximos dois anos, enquanto isso, plantamos mandioca e capim”, comenta o produtor.
A base do viveiro da Seagri é a produção de mudas de açaí. Alcançando a marca de mais de 700 mil mudas em 2021, o viveiro é responsável por alavancar o crescimento econômico dos agricultores do município e regiões vizinhas. Além da cultura do açaí, o Departamento de produção vegetal da Seagri trabalha com a manufatura de sementes de ipês, jatobás, castanhas, acerola, ingá, romã, Araçá Boi, goiaba, entre outras sementes. O agricultor interessado deve se dirigir à Seagri e realizar um cadastro para receber a liberação. Caso seja necessário, o agricultor receberá visitas técnicas para conduzir na plantação.
Curiosidade do viveiro
Dentre as mudas produzidas no viveiro da Seagri, frutíferas e florestais, o maranhoto é uma curiosidade destacada pelos técnicos. A espécie de árvore, que floresce na região Nordeste do Estado do Pará, pode ser utilizada na fabricação de estacas de cerca apenas com quatro anos de plantio, mais rápido que o eucalipto, que é bastante utilizado para tal função. A árvore é resistente e cresce em área arenosa. (Fonte: Ascom PMM)