Profissionais da área foram ouvidos na tarde desta sexta-feira (29) em reunião da Comissão de Educação da Câmara de Marabá sobre a possibilidade de uma turma do curso de Comunicação Social (Jornalismo) aqui no município, pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). A instituição já tem o curso, só que baseado na cidade de Rondon do Pará. Uma turma seria aberta excepcionalmente em Marabá com os mesmos professores.
O mecanismo é o do programa estadual “Forma Pará”, lançado em agosto de 2019 e que possibilita a união entre governo estadual, Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas, prefeituras e associações municipais no intuito de expandir a oferta de vagas dos cursos de graduação (bacharelado, licenciatura e tecnológica) nos municípios do estado que não possuem polos dessas instituições ou onde não exista a oferta de determinado curso.
Compareceram, a convite do presidente da comissão, vereador Marcelo Alves: o reitor da Unifesspa, professor Francisco Ribeiro; a professora Janine Bargas, ex-coordenadora do curso de Comunicação Social; Raimundo de Oliveira Filho, coordenador institucional do Programa Forma Pará; o vice-prefeito Luciano Dias e os vereadores Cabo Rodrigo, Pastor Ronisteu e Raimundinho do Comércio, além do presidente da Casa, Pedrinho Corrêa.
Leia mais:Representando os profissionais de comunicação da cidade: Elvan do Valle, da Associação Marabaense de Imprensa e do Grupo RBA; Patrick Roberto Carvalho, diretor do Jornal Correio; Ulisses Pompeu, editor-chefe do Portal Correio de Carajás; Angélika Freitas, diretora da TV Correio SBT; Kennedy Salles, diretor da TV Kairós e Sérgio França, apresentador de TV.
IMPORTÂNCIA DO CURSO
Primeiro a falar, o jornalista Patrick Roberto destacou aos vereadores e ao reitor da Unifesspa, que são inúmeros os profissionais de comunicação da cidade que sonham em poder cursar Jornalismo e nunca tiveram a oportunidade. Que eles certamente serão o público para essa turma da universidade.
Ele lembrou que o advento do curso de Comunicação da Unifesspa foi muito comemorado na década passada, mas que foi implantado no campus de Rondon do Pará e mão em Marabá, inviabilizando a cidade que conta com inúmeros veículos de comunicação e profissionais atuantes. A turma pelo Forma Pará, nesse quesito, ajudará a corrigir uma distorção.
No mesmo sentido, Angélika Freitas, que também é formada, disse que Marabá pelo tamanho que tem e pela qualidade e tamanho de seus veículos de comunicação, merece. “Muitos da minha equipe não têm formação e gostariam de estudar Comunicação, mas não têm oportunidade”.
Elvan do Vale disse que tem quase três décadas de comunicador na região e o sonho de sua vida ainda é poder cursar Jornalismo e ter a honra de ser um profissional com diploma superior na área. Assim, outros talentos da terra anseiam por isso.
PARCERIA
O reitor Francisco Ribeiro e a professora Janine Bargas falaram da estrutura do curso na Universidade e que a instituição está preparada para entrar nessa parceria, já tendo criado as bases sólidas para implantar essa turma em Marabá.
Raimundo de Oliveira Filho, por seu turno, explicou a todos ali presentes as bases do Forma Pará, que agora é uma lei de Estado, dentro das ações da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Educação e seguirá formando profissionais de forma perene. Segundo ele, já são 55 turmas em todo o Pará.
Destacou que a fórmula é bem simples: a Unifesspa é o agente ministra o curso dentro da sua estrutura, o Estado banca os curtos dentro do Forma Pará e a Prefeitura ajuda com a moradia dos professores. Tudo isso é feito mediante um convênio firmado entre as três instâncias.
Como os primeiros dois entes já se colocaram favoráveis à turma de Jornalismo para Marabá, o próximo passo seria o Município fazer a provocação, se colocando como localidade que tem a demanda.
PODER PÚBLICO
O presidente da Câmara, Pedro Corrêa Lima, reconheceu a importância desse curso para Marabá, melhorando ainda mais a qualidade da mão de obra para os veículos de comunicação da cidade. Para ele, a inserção da CMM no assunto é importante e sugeriu a redação de uma carta aberta conjunta do Legislativo, imprensa e Unifesspa ao prefeito Tião Miranda, solicitando esse engajamento do Município.
O vice-prefeito Luciano Lopes Dias disse já ter pleno conhecimento do assunto e sobre como funciona o rito, mas que isso ainda não aconteceu em relação ao prefeito Tião Miranda, e que, portanto, não poderia falar oficialmente pelo Município.
Ele vê como positiva a somatória de esforços para chegar ao prefeito com o tema e que é preciso manter o debate na esfera institucional, sem individualidades. De outro lado, vê como muito importante o advento do curso para Marabá, como sonho de muitos profissionais, e que mesmo sem formação já trabalham com afinco para levar informação à comunidade.
Ao CORREIO, o vereador Marcelo Alves destacou que a reunião da comissão vai gerar um documento relatando à Presidência da Câmara a demanda apresentada e solicitando que seja pedida uma audiência com o prefeito para tratar do tema. Na visão dele, está mais que comprovada a necessidade e a importância dessa conquista. Adiantou, também, que o tema será levado ao plenário da Casa na próxima sessão ordinária. (Da Redação)