Dezenas de indígenas da etnia Gavião se concentraram na BR-222, entre Marabá e Bom Jesus do Tocantins, na cerimônia de encerramento do luto por Paulo Aritana Sompré, morto em um acidente de carro em março deste ano. Aru, como era popularmente conhecido, era jogador de futebol pelo clube Gavião Kyikatejê e tinha 31 anos. A rodovia ficou bloqueada durante parte da manhã para que as atividades fossem realizadas.
“O Aru era o maior guerreiro que jogou no Gavião Kyikatejê. Fez história. foi ele o único índio Gavião a fazer gol no Paysandu e no Remo, e deixou um legado para gente”, afirmou Jakurere Mpoparepepkrakte. Ele explicou que o encerramento do luto é uma tradição do povo Gavião e que, após esse período, a tribo retoma as atividades diárias. O indígena explicou que o evento durou três dias com danças e torneios, sendo finalizado no último domingo (15) com uma corrida de tora feminina.
Jakurere, presidente do time Gavião Kyikatejê, acrescentou que a perda do “guerreiro indígena” foi um choque para todos da aldeia, que aprenderam com ele o respeito às tradições e ao esporte. “Ele nasceu Xerente, mas morreu Gavião”, declarou, falando sobre a origem do ex-jogador.
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O acidente que vitimou Paulo Aritana Sompré aconteceu na madrugada do dia 30 de março, próximo ao bairro São Félix em Marabá, após o carro do indígena colidir frontalmente com uma caçamba na BR-222. No ano de 2014, Aru ficou conhecido pelo bom desempenho apresentado no Campeonato Paraense, enquanto jogava no Gavião Kyikatejê.
Ele também passou pelo Palmas, Águia de Marabá, Ananindeua, Parauapebas e Imperatriz, e sempre entrava pintado com as cores do povo indígena em todo os jogos que disputava. (Com informações de Josseli Carvalho)