Correio de Carajás

Ministério do Trabalho tem salas reviradas

Atualização 16 de julho de 2018 por

Servidores do Ministério do Trabalho encontraram diversas salas do órgão reviradas ao chegar para trabalhar na manhã desta segunda-feira (16). Documentos oficiais estavam atirados no chão.

A assessoria de imprensa do ministério informou  que ao menos duas salas do setor destinado ao seguro-desemprego foram invadidas, mas não soube dizer o que foi levado.

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Todo o primeiro andar do ministério foi isolado pela segurança do órgão. A Polícia Federal foi acionada pelo órgão e chegou ao local às 9h50.

Por causa do isolamento, funcionários tiveram de deixar o primeiro andar e foram levados para o térreo do ministério.

Parte da área externa do térreo foi isolada na área onde vigilantes dizem acreditar que a invasão ocorreu.

Por volta das 10h, agentes da Polícia Federal começaram a fazer a perícia da área isolada pelos seguranças do ministério.

Polícia Federal analisa área do térreo do Ministério do Trabalho isolada por seguranças (Foto: Letícia Carvalho/G1)

Registro Espúrio

O Ministério do Trabalho é alvo de uma investigação da Polícia Federal. Em 30 de junho, a PF deflagrou a operação Registro Espúrio, a fim de desarticular suposta organização criminosa integrada por políticos e servidores que teria cometido fraudes na concessão de registros de sindicatos pelo Ministério do Trabalho.

Segundo as investigações da Polícia Federal,

  • os registros de entidades sindicais no ministério eram obtidos mediante pagamento de vantagens indevidas;
  • não era respeitada a ordem de chegada dos pedidos ao ministério;
  • a prioridade era dada a pedidos intermediados por políticos;
  • a operação apontou um “loteamento” de cargos do Ministério do Trabalho entre os partidos PTB e Solidariedade.

Na semana seguinte, o ministro Helton Yomura foi afastado do cargopor decisão de Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, a defesa afirmou que Yomura não cometeu nenhum ato ilícito e que “nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade”. No mesmo dia, ele pediu demissão do cargo.

O substituto de Yomura, Caio Vieira de Mello, tomou posse no ministério na última terça-feira (10). Na cerimônia, afirmou que vai administrar o ministério “tecnicamente”, e não “politicamente”. Ainda segundo ministro, “se for necessário, será feita” uma limpa no ministério.

A emissão de registros sindicais está suspensa pelo Ministério do Trabalho até outubro. A decisão do ministro Caio Vieira de Mello foi publicada no “Diário Oficial da União” na última quinta-feira (12).  (G1)