O ex-presidente do Brasil e fundador do Fórum de São Paulo, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu neste domingo a esse grupo da esquerda latino-americana e caribenha “presença, posições e ações” em relação às dificuldades da atualidade e que mantenha a “unidade como elemento essencial”.
Em mensagem enviada da prisão ao encontro do Fórum de São Paulo iniciado neste domingo em Havana, Lula afirmou que a defesa da integração latino-americana “é mais necessária que nunca como um fator de desenvolvimento e de enfrentamento à crise econômica”.
“Temos que resistir aos ataques contra os direitos sociais e trabalhistas que ocorrem em vários de nossos países”, destacou o líder do PT na sua mensagem divulgada pela imprensa cubana.
Leia mais:Lula agradeceu o apoio e solidariedade do Fórum sua “pessoa, ao PT e a outros companheiros perseguidos pela direita no Brasil “.
“A direita não sabe conviver com a democracia e, com o apoio da imprensa e do Poder Judiciário, quer nos impedir de retornar o governo ou recuperar a dignidade, a liberdade e os direitos do povo brasileiro”, acrescentou Lula.
Lula reafirmou sua “insatisfação” por estar atrás das grades devido a “uma condenação absurda e kafkiana por um crime que não existe”.
“Querem me impedir de disputar as eleições este ano, mas jamais me calarão nem me impedirão de lutar pelos direitos do povo brasileiro, latino-americano e caribenho”, afirmou Lula, que mantém sua intenção de concorrer nas eleições presidenciais de outubro próximo.
Lembrou quando ele e Fidel Castro (1926-2016) propuseram em 1990 que a esquerda latino-americana e caribenha deveria se reunir para avaliar as “profundas transformações” que o mundo tinha sofrido naquele momento, com a ascensão do neoliberalismo na economia e na política, após a queda do socialismo na Europa oriental.
Então fundaram juntos o Fórum de São Paulo, mas Lula assegura que não previam que “fosse crescer como cresceu e que conseguisse se manter como o mais importante, amplo e durável” espaço de debates com relação à esquerda latino-americana e caribenha ao longo destes 28 anos.
Lula considera que foi um “feito extraordinário”, que contribuiu para que, no início do século XXI, vários países da região implementassem programas de luta contra a pobreza, de participação popular e de integração.
No entanto, O ex-presidente afirmou que as elites “não toleram a esquerda nem o acesso do povo excluído aos seus direitos mínimos, como alimentos, saúde, educação e moradia”, e que buscam “reduzir e submeter o Estado democrático e de direito”.
Como resposta, Lula propõe “o fortalecimento e aperfeiçoamento da democracia, para que a justiça, a liberdade e a igualdade possam prosperar plenamente”.
Representantes da esquerda da América Latina e do Caribe exigiram neste domingo a libertação de Lula na abertura do XXIV Fórum de São Paulo na capital cubana. (EFE)