A moradora do Rio de Janeiro Gabriela Duque Rasseli fez uma denúncia neste sábado (18) de que seu cão, um filhote de golden retriever, morreu após embarcar aparentemente saudável da cidade de São Paulo, onde ficava o canil, em um voo para encontrá-la no Aeroporto do Galeão. Segundo ela, o animal foi entregue “quase morto”.
A preocupação em relação a desfechos como este em casos de transportes de pets é frequente entre os tutores. No entanto, existem medidas que devem ser tomadas tanto pelo responsável quanto pelas companhias aéreas para garantir a segurança dos animais. Veja quais são:
Atenção já na compra da passagem
Leia mais:Em primeiro lugar, pesquise bem quais companhias aéreas fazem o seu trajeto para animais. Priorize aquelas que oferecem o transporte de animais na cabine, onde o bicho pode estar próximo a você e é possível monitorar mais de perto a saúde e o bem-estar dele. Esta opção não está disponível para todas companhias ou animais, já que apenas pets de pequeno porte são liberados para voar junto aos passageiros humanos.
Além disso, procure saber o limite de peso (soma da caixa e do animal) e quais são as dimensões da embalagem exigidas pela empresa aérea, para garantir máximo conforto para o pet. Verifique em que condições cada companhia realiza o transporte, já que aves e répteis, assim como outros animais que excedem a carga máxima permitida, podem ser enviados em voo diferente do inicialmente reservado.
Reserve o voo do seu animal de estimação com antecedência e dê preferência a voos curtos, diretos e menos lotados sempre que possível, para garantir menor espera e maior conforto para o desembarque do bicho. A maioria das companhias ainda tem um limite de animais por voo, geralmente três. Fazer a compra das passagens tão cedo possível ajuda a garantir que ele tenha um lugar no mesmo avião em que você viajar.
Antes de embarcar
Informe-se com a companhia aérea sobre outras exigências para a embalagem de transporte do seu animal. Como mencionamos, cada empresa exige um formato ou dimensão mínima e máxima específicas, mas, no geral, a caixa de transporte precisa ser espaçosa o suficiente para que o animal possa dar uma volta de 360º em torno de si mesmo, para que não haja lesão nos membros.
Outras recomendações gerais bastante importantes:
Prefira caixas rígidas, sem rodinhas, com boa ventilação, limpas, feitas em material resistente e impermeável. Algumas companhias aceitam caixas flexíveis, cheque com antecedência. Preste atenção à trava: ela deve ser firme, para evitar abertura acidental. Embalagens muito grandes também deixam o animal “solto” e ele pode se machucar.
Habitue o seu pet à caixa, não deixe que ele entre em contato com ela pela primeira vez durante a viagem. É importante para evitar o estresse desnecessário e que pode prejudicar a saúde dele no trajeto. Tente incorporá-la na rotina aos poucos, como em idas ao veterinário, ao pet shop, entre outros.
De olho na saúde
Boa parte das companhias exige algum tipo de atestado da saúde do animal para viajar. Independentemente da obrigatoriedade do documento, é importante levar o pet ao veterinário antes do embarque para verificar se ele tem boas condições de saúde para completar a viagem em segurança.
“Faça um check-up e solicite, se necessário, um certificado atestando boas condições de saúde. Eles são úteis e às vezes até indispensáveis dependendo da forma que irá viajar e para onde”, lembra Nathalia Saraiva dos Anjos, coordenadora do Centro Veterinário Seres, da Petz, a Nossa.
Lembre-se de questionar o profissional de saúde a respeito de qual deve ser a alimentação do seu pet — e com que frequência — no dia da viagem, para evitar mal-estar.
Ela também recomenda uma placa de identificação colocada junto à coleira com os contatos do tutor. “Não se deve esquecer de sempre ter disponíveis potes de água e comida para o pet e é sempre bom deixar algum brinquedo do qual ele goste por perto”, alerta.
Além disso, para viagens nacionais e internacionais, é necessária a carteira de vacinação com comprovante de vacina antirrábica aplicada há mais de 30 dias e menos de 1 ano; e atestado de saúde emitido por médico-veterinário até 10 dias antes da viagem.
No caso de viagem internacional com o seu pet, fique atento às condições que o país de destino impõe para a entrada do animal, pois talvez seja preciso tomar cuidados adicionais com ele.
Já as companhias exigirão para o embarque, de maneira geral, um Certificado Veterinário Internacional (CVI) válido por 60 dias corridos após a emissão (para a América do Sul) e/ou Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) válido por 60 dias corridos após a emissão.
No avião
Se o estresse do animal é uma preocupação, é importante lembrar que calmantes ou outros medicamentos para sedação podem colocá-lo em risco durante a viagem. Por isso, consulte o veterinário a respeito do uso destas substâncias.
“É comum as empresas não aceitarem transportar animais sedados, pelo risco de óbito. Animais muito agitados podem passar por treinamento específico para estas ocasiões ou podem passar por avaliação com um veterinário que recomendará, se necessário, medicação apropriada”, esclarece a professora da Faculdade Anhanguera Roberta Gomes Carneiro.
Após o desembarque, localize o animal e ofereça água fresca em abundância, para evitar o risco de desidratação. No entanto, a comida deve ser dada com moderação. Veterinários também recomendam que se evite que o pet faça exercícios intensos após a alimentação, para não haver dilatação ou torção gástrica.
(Fonte:UOL)