Um total de 514 famílias ocupam área de loteamento, destinada à implantação da nona fase do projeto habitacional Cidade Jardim, ao fundo do bairro em questão, nos limites da zona urbana de Parauapebas. A liderança das famílias, designada como Movimento Dignidade Para Morar, alega que a administração do prefeito Darci Lermen não cumpriu promessas feitas à comunidade.
O acordo firmado entre o Movimento e a Prefeitura de Parauapebas teria acontecido no último mês de agosto, uma vez que a administração pública desalojou o acampamento assentado nas proximidades do Projeto PIPA, no bairro Jardim Tropical.
Na ocasião, uma reunião teria sido realizada, e neste encontro, as lideranças do Viver Com Dignidade teriam firmado acordo para recebimento de Aluguel Social – benefício que nunca chegou a nenhuma das famílias do movimento.
Leia mais:Em entrevista ao Portal Correio de Carajás, William Oliveira da Silva, representante do Movimento Dignidade Para Morar, garantiu que havia um acordo para que nenhuma ocupação acontecesse no antigo acampamento onde estavam localizados, às proximidades do bairro Jardim Tropical. “Mas quando viramos as costas os outros [movimentos] entraram”.
Esta entrada, segundo ele, teria sido orquestrada por grupos ligados à administração pública. “Fechamos, então, um acordo de Aluguel Social para todas as 514 famílias que estão aqui, além de um recadastramento da [Secretaria de] Habitação de todo esse povo, mas como o prefeito não cumpriu a parte dele, invadimos esta área aqui [na proximidade do bairro Cidade Jardim]” explica William, questionando onde Darci irá alocar todas as famílias, uma vez que uma reintegração de posse foi marcada para o final da tarde desta quinta-feira (16).
Uma das sitiantes do Dignidade Para Morar é Lidimar Ferreira Pereira, dona de casa – que no momento está sem casa – e mãe de quatro crianças. Ela conta que está acampada com a cunhada, cuidando de seus quatro filhos e mais quatro sobrinhos, enquanto espera o prometido benefício da Prefeitura de Parauapebas.
“Ficou só na promessa, e não é de hoje. Fiz meu cadastro [no programa Aluguel Social] em 2016, e até hoje não fui contemplada. A gente invade aqui porque a gente precisa, né? Se não tem Aluguel Social, a gente vai pra rua. Onde tem [para ocupar], a gente tá entrando. Tem criança pra cuidar, a gente tem que entrar” contou Lidimar, desiludida com a situação.
William afirmou que o Movimento não procura agitação ou conflito; apenas um local para morar. “Não queremos nada além disso. Gostariamos que o prefeito viesse falar conosco”, diz o representante. O Portal Correio de Carajás solicitou nota oficial para a Assessoria de Imprensa da PMP, que não respondeu à solicitação até o fechamento da pauta. (Juliano Corrêa)