O Pará concentra o segundo maior número de queimadas em agosto em toda a Amazônia. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) divulgados nesta quarta-feira (1º), foram 7.853 focos, o que representa 28% do total de queimadas na região.
Os números refletem a preocupante escalada do desmatamento na região do sudoeste do estado, que já vinha sendo identificada pelos sistemas de monitoramento do Inpe.
Altamira, onde está situada a Hidrelétrica de Belo Monte, é o segundo município que concentra mais focos de calor em toda a Amazônia Legal, com 1.997 registros. Novo Progresso tem 1.646 focos e São Félix do Xingu, 1.253. Essas cidades são as com maior número de queimadas no Pará em agosto.
Leia mais:Amazonas e Rondônia também estão na lista dos estados que mais queimaram a floresta. O Amazonas foi o que apresentou o maior número de queimadas em agosto deste ano, com 30%, e Rondônia o terceiro, com 15%.
De acordo com a gestora ambiental do Greenpeace, Cristiane Mazzetti, o aumento dos focos de queimadas é resultado de uma visão retrógrada de desenvolvimento que não conversa o beneficia a maioria dos brasileiro, além de seguir na direção contrária dos esforços para conter a emergência climática.
Para o Greenpeace, a demarcação e proteção de territórios indígenas são fundamentais na proteção da Amazônia e no combate às mudanças climáticas que, se agravadas, podem contribuir, por exemplo, para novas crises hídricas que afetam o país.
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) informou que o Pará registrou, em áreas estaduais, redução de 43% do número de focos de calor no mês de agosto de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado, conforme o levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Ainda segundo a Semas, a redução foi de 23%. No mês passado, foram contabilizados 7.853 focos de queimada, contra 10.856 ocorrências registradas em agosto de 2020. A Semas reitera ainda que 65% das áreas do estado são de domínio da União.
(Fonte:G1)