A prisão do professor Adalberto Siqueira Sanches Júnior, que atuava em na mais tradicional escola particular de Belém, repercutiu demais em Marabá. Acusado de assédio na capital, ele foi professor aqui por muitos anos e deixou para trás um histórico de meninas e adolescentes que cresceram sufocadas pelos assédios que ele cometia quando lecionou em Marabá. A prisão dele ocorreu na terça-feira (17) e desde então pipocaram de comentários nas redes sociais.
Uma das mulheres que desabafou nas redes, de iniciais H.S., disse ter sido aluna de Biologia e de Karatê do professor e relatou atos absurdos praticados pelo professor. “Nos assediava diariamente, passava a mãos nas nossas pernas… Esse mesmo professor um belo dia deu um tapa na minha bunda na frente de toda a turma me dizendo que o meu short estava uma delícia me fazendo chorar de constrangimento”, declarou.
Outro comentário na postagem dela diz: “Esse doido se relacionou com a irmã de uma menina da nossa sala enquanto ela era maior de idade, ele casado… ele era nojento… eu nem chegava perto”.
Leia mais:Outra vítima de Adalberto Siqueira Sanches Júnior é M.G. Ela denuncia que foi assediada por ele nas fileiras do Exército Brasileiro, no ano de 1998. Na época o acusado era tenente e tinha aptidões físicas. “Foi nomeado para treinar as sargentos feminino, aí foi um inferno astral para algumas e eu fui uma das mais prejudicadas por não ceder a suas investidas. Denunciei ao comando, ele foi punido e expulso do EB, mas ficou solto por aí fazendo mais vítimas”, denunciou nas redes sociais.
Afora todos esses comentários publicados na Internet, o que se comenta, entre os grupos de WhatsApp, tanto por homens quanto mulheres que tiveram contato com o professor quando de sua passagem por Marabá, são de que ele realmente assediava as estudantes prometendo facilidades para aquelas que cedessem aos seus assédios.
A prisão em Belém
Segundo as investigações da Polícia Civil, as vítimas do professor, na capital, tinham entre 8 e 12 anos de idade. De acordo com Polícia, agentes da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAV) e Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) cumpriram mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva na casa do professor.
As diligências ocorreram na Pedreira, bairro central de Belém. Nas buscas, foram apreendidos computador, celular e mídias, que foram encaminhadas para a perícia técnica.
A polícia disse ainda que a Delegacia de Atendimento a Criança e ao Adolescente (Deaca Santa Casa) apura o caso e representou pelos pedidos à Justiça. Após os procedimentos cabíveis, o acusado foi encaminhado para o sistema penal.
Em nota, o Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré, onde o professor trabalhava, disse que “tomou conhecimento sobre o caso” e que o “código de conduta interno e a Política de Proteção Integral de Crianças e Adolescentes são muito claros em relação a situações como esta”.
(Chagas Filho)