Durante o mês de julho, serão realizadas ações afirmativas e educativas para a prevenção e tratamento das hepatites virais (B e C), em Parauapebas. O Centro de Testagem e Aconselhamento/Serviço de Atendimento Especializado (CTA/SAE), que cuida de pacientes com o vírus HIV, será o vetor dessas ações.
Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (13) no CTA/SAE, no Bairro União, a médica hepatologista Mara Menegazzo deu orientações quanto às hepatites virais e pontuou os principais cuidados quando se fala dessas ISTs.
“É importante lembrar que todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município fazem exames para hepatites virais e outras ISTs. Muitas vezes, as pessoas realizam uma carga de exames, os ‘check-ups’, e se esquecem de se testar para hepatites B e C, sem nem pensar que podem ter adquirido o vírus”, pontuou Mara.
Leia mais:A médica comentou como funciona o trabalho feito no CTA/SAE, em parceria com a Vigilância Sanitária: “A partir do momento que recebemos um paciente que testou positivo para as hepatites, ele é conduzido a uma anamnese para podermos coletar informações importantes sobre a doença. Então fazemos uma análise se esse paciente fará mais exames e acompanhamento, ou se ele realizará o tratamento”.
O grande risco, segundo Mara, é na cronificação das hepatites virais – quando depois de seis meses o vírus não consegue mais ser eliminado do organismo. Ela explica que a contaminação da hepatite B é similar ao do vírus HIV, ou seja, através de relação sexual sem preservativa e compartilhamento de materiais perfurocortantes (seringas, agulhas, etc). Além disso, gestantes que não sabem que estão com o vírus podem passá-lo para os filhos.
Já a hepatite C, explica Mara, é mais comumente transmitida através de sangue contaminado. “Há cerca de 30 anos, a contaminação mais comum era pela transfusão de sangue, quando não havia um rigor tão grande no manuseamento do sangue doado”, disse a médica, pontuando que hoje o contágio acontece principalmente entre usuários de drogas injetáveis, que compartilham seringas.
Mara alerta que, após a cronificação da hepatite B, a chance de cura da doença é mínima, quase nula. “Assim que temos ciência do diagnóstico, começamos o tratamento para barrar a replicação do vírus, para que a doença não evolua em maiores complicações como cirrose e câncer de fígado”, disse a médica, que informa que os pacientes com hepatite B crônica são monitorados no CTA/SAE a cada seis meses. A hepatite C, por sua vez, pode ser 100% curada através do tratamento.
NÚMEROS
O CTA/SAE divulgou dados sobre os atendimentos à pacientes com hepatites virais no município, também sendo abarcados moradores de Curionópolis, Eldorado do Carajás e Canaã dos Carajás. Segundo os números fornecidos, 249 pessoas que testaram positivo para hepatite B estão sendo monitoradas e 17 pessoas estão recebendo o tratamento paliativo da versão crônica da doença. Duas pessoas abandonaram o tratamento.
Os dados da hepatite C apontam que na unidade são atendidos 64 contaminados em monitoramento, três em tratamento e 37 Resposta Virais Sustentadas, ou seja, a carga negativa da doença. A médica termina a entrevista afirmando que durante o restante do mês de julho serão colocados pontos estratégicos pela cidade realizando testagens e conscientização quanto às hepatites virais. (Juliano Corrêa)