O Policial Militar Jhonnata Cavalcante Lopes prestou depoimento na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil na manhã de domingo (4), logo após incidente em uma boate de Parauapebas que vitimou João de Sousa Rodrigues. O agente alega legítima defesa após ter sido agredido durante a madrugada.
Conforme a defesa de Jhonnata, ele esteve no local apenas para buscar a namorada, que é cantora, e precisou ir ao banheiro, quando acabou envolvido em uma confusão. O advogado do militar alega que o policial foi cercado por quatro homens após um mal-entendido na casa noturna, em decorrência de ter esbarrado em João. Este teria reagido agressivamente, empurrando o policial e iniciado uma briga.
O policial alegou ter pedido desculpas e erguido as mãos, mas mesmo assim foi cercado por quatro homens e agredido a socos, chutes e até garrafadas. Em dado momento teria ouvido alguém dizer que ele era policial, apontando para a arma na cintura dele e sugerindo que a pegassem.
Leia mais:Neste momento, afirma a defesa, Jhonnata teria temido contra a própria vida e sacou a arma, atirando três vezes ao chão para dispersar os agressores. Um dos tiros, possivelmente o segundo, atingiu João próximo à região pélvica, o que acabou resultando em óbito por hemorragia por volta das 10 horas do domingo, já no Hospital Municipal.
O relato da defesa pontua que Jhonnata foi severamente machucado e precisou passar por atendimento médico antes de se apresentar espontaneamente na Delegacia de Polícia Civil, onde um inquérito policial foi instaurado para investigar o baleamento. Na unidade, foram realizadas fotografias que demonstram machucados no corpo do policial, incluindo um grande corte na cabeça, que necessitou ser suturado.
Jhonnata informou em depoimento que, por conta do tumulto que dificultava a saída com o próprio veículo do estabelecimento, saiu acompanhado da namorada em outro carro e seguiu para o Hospital Geral de Parauapebas. Além de prestar os esclarecimentos sobre os disparos de arma de fogo, o militar registrou boletim de ocorrência por agressão contra ele.
Imagens do serviço de monitoramento da casa noturna foram disponibilizadas para a Polícia Civil. Uma testemunha relatou ao Correio de Carajás versão semelhante à do policial militar, informando que ele foi cercado e agredido por um grupo de pessoas e que efetuou disparos contra o chão. A arma do policial foi apresentada e encaminhada para ser periciada.
A defesa de Jhonnata, que está em liberdade, informou que o policial continua disponível para auxiliar as investigações do ocorrido. O delegado Elcio de Deus, diretor da Seccional, por sua vez, declarou nesta segunda-feira (5) que pretende ouvir os demais envolvidos na confusão e intimar outras testemunhas. (Juliano Corrêa – com informações de Ronaldo Modesto)