O deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) afirmou na última terça-feira, 22, que o servidor Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, foi demitido após denunciar um esquema de corrupção no processo de compra da vacina indiana Covaxin. O servidor Luis Ricardo é irmão do deputado.
“Situação esdrúxula. Absurdo o que estavam tentando fazer. Era gravíssima a situação ali dentro”, disse ao jornal Estadão, que mostrou em reportagem recente que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fechou contrato de compra do imunizante por um preço 1.000% maior do que o anunciado pela própria fabricante seis meses antes.
Ao saber da demissão do irmão, Miranda conversou com o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para reverter a exoneração. “Fui despachar com o Pazuello e falei que ele estava sendo exonerado porque estava denunciando um esquema de corrupção. Vou explodir na mídia se fizerem isso”, disse o deputado, contando sua versão da conversa com o general.
Leia mais:Segundo Miranda, Pazuello então reverteu a decisão. “O ministro disse: ‘Luís, não estou sabendo do caso, mas, se de fato não tiverem nada, o chefe dele não tiver nada que comprove alguma coisa contra ele, vou dar sem efeito a exoneração’. E assim ele fez”, disse o deputado.
Ao Ministério Público Federal (MPF), Luís Ricardo disse que o governo fez pressão para a compra da vacina indiana e para favorecer a empresa Precisa Medicamentos, que intermedia o processo de aquisição desse imunizante. (O Povo)