Os parentes dos detentos Marcos Patrick Silva Avelino e Moisés Soares da Silva, cujos corpos foram encontrados no Rio Tocantins, nas proximidades do local chamado “Areal Paraná”, próximo ao Crama, passaram o domingo e a segunda-feira (2) correndo entre a 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil e o Instituto Médico Legal (IML) na tentativa de que os corpos fossem liberados e de que as autoridades iniciassem as investigações em torno da morte dos detentos. Somente na tarde de ontem os corpos foram liberados para que os familiares pudessem realizar os rituais de velório e sepultamento.
Os familiares criticaram duramente o que chamaram de falta de respeito com a memória dos mortos, pois eles foram encontrados ainda no sábado (30) e até a manhã de ontem se encontravam no cemitério, decompondo-se em sacos de lona, exalando um fedor insuportável. “Meu filho é um ser humano e não um cachorro; não merece esse tipo de tratamento”, declarou Regina Sá, mãe de Marcos Patrick.
Ela também questionou o porquê de o rapaz ter sido executado. “Meu filho estava cumprindo pena; ele não poderia ter sido morto assim. Alguém tem que responder por esse crime”, disse, aos prantos, na porta da delegacia.
Leia mais:A reportagem também conversou com a mulher de Marcos Patrick. Ela não tem dúvidas: “Eu acho que ele foi assassinado”, mas não disse por quem, apenas acrescentou: “Ele (Marcos Patrick) queria sair dessa vida, mas sempre tinha uma coisa que puxava ele”.
Já o irmão de Moisés Soares, e a cunhada do morto – que vieram de São Luís (MA) – reclamaram também a respeito da investigação sobre a morte do detento. Disseram que essa morte não pode ficar impune. “Meu irmão deixou uma filha de um ano; ele me disse que ia sair da cadeia e refazer a vida. Não é justo. Alguém tem que nos dar explicações”, lamentou o rapaz, também chorando bastante pela perda do irmão. Ele e a esposa pediram para não serem identificados, temendo represálias, embora não morem mais na região.
Sobre a situação dos corpos, o jornal conversou por telefone com o diretor regional do Centro de Perícias Científicas (CPC) em Marabá, Enaldo Ferreira. Ele disse que a demora para proceder a necropsia e liberação dos corpos se deu por dois motivos.
Primeiro porque houve uma demanda muito grande de necropsias no IML no final de semana em razão de que geralmente as mortes violentas acontecem com maior frequência nesse período e também porque o IML de Tucuruí não está funcionando aos finais de semana por falta de plantonista, de modo que os corpos daquela região são mandados para Marabá, o que sobrecarrega os plantonistas locais.
O segundo motivo é que, segundo Enaldo Ferreira, não havia familiares para fazer o reconhecimento dos cadáveres, assim o IML acabou priorizando as outras necropsias que estavam por ser realizadas.
Já sobre a investigação, o delegado Ivan Pinto da Silva, do Departamento de Homicídios, disse que aquela especializadas está investigando os casos e espera dar uma resposta o quanto antes, mas as informações sobre as mortes ainda são escassas. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho)
Avó escondia foragido do Crama em Parauapebas
Os policiais militares sargento Carias e soldado Martins, integrantes da viatura 2305, capturaram na tarde desta segunda-feira (2) um dos fugitivos do Centro de Recuperação Mariano Antunes (Crama). Trata-se de Joemison da Silva Ribeiro, de 20 anos. Vale dizer que ele fugiu da cadeia em outra ocasião e não agora na maior fuga daquela penitenciária.
De acordo as informações dos militares, foi possível chegar até o acusado por meio de uma denúncia anônima via Centro de Controle Operacional (CCO). Os policiais foram até a residência indica na rua Santa Marta, bairro da Paz, onde residia a avó do foragido. Aos vasculharem a casa, os militares encontraram o foragido.
Joemison da Silva foi encaminhado para os procedimentos cabíveis na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil em Parauapebas e ficou de ser encaminhado ainda ontem para esta cidade de Marabá, onde retornará a custódia do Sistema Penitenciário do Estado. (Da Redação)