O professor Brasilino Assaid, 61 anos, está internado no Hospital de Clínicas Gaspar Viana, com o quadro mais grave da Covid-19. A irmã dele, Amarildes Ferreira conta que, ele sentiu calafrios, febre e tosse, mas desconfiou apenas de uma gripe. “É importante destacar que não acreditar, negar a contaminação é um dos comportamentos iniciais comuns entre os infectados, o que pode adiar a busca por tratamento adequado”.
No sexto dia de sintomas aparentes, o professor foi intubado e apresentou diversas complicações por causa da infecção. Entre elas, anemia, o que provocou a necessidade de transfusão sanguínea. “Diante dessa realidade, resolvemos fazer um pedido de doação de sangue em nome do professor Assaid. O atendimento a esse pedido foi excepcional: familiares, amigos, alunos, colegas professores e cidadãos solidários compareceram ao Hemopa para realizar um dos mais lindos gestos que o ser humano pode realizar: doar o seu próprio sangue para salvar outras vidas, fragilizadas e em risco de sucumbir com a falta desse precioso líquido. O resultado das doações está ajudando o meu irmão e ajudará também outras pessoas hospitalizadas e que nem sequer conhecemos”, ressaltou Amarildes.
Está cada vez mais frequente a necessidade de transfusão em pacientes de Covid-19, na rede Hospitalar. Só este ano, o Hospital de Clínicas Gaspar Viana solicitou hemocomponentes ao Hemopa para 11 pacientes.
Leia mais:A Covid-19 leva a algumas complicações e alterações nos exames de sangue conforme a doença agrava. “As complicações mais observadas têm relação com quadros de infecção grave. Além da infecção pelo vírus, há uma baixa imunidade que pode levar à infecção bacteriana associada”, explicou a doutora Cátia Valente, gerente de Hematologia Clínica da Fundação Hemopa, em Belém.
O quadro infeccioso também pode mudar a contagem de plaquetas. Se apresentar a diminuição da quantidade deste hemocomponente no organismo do paciente com Covid-19, pode ser necessária a transfusão de bolsas de plaquetas. E ainda, por se tratar de uma doença de alto grau infeccioso, a Covid-19 também pode causar um quadro de anemia, como aconteceu com o professor Assaid, levando a necessidade também de transfusão de bolsas de hemácias.
“A transfusão de sangue, muitas vezes, como no tratamento de casos graves de Covid-19, pode ser determinante para a recuperação de pacientes como meu irmão, que hoje, embora ainda em estado considerado grave, apresenta pequenas melhoras progressivas que, acreditamos, levarão à sua completa recuperação”, finalizou Amarildes, que se diz agradecida por todas as doações e pelo atendimento humanizado que o irmão recebe no Hospital das Clínicas.
O professor Assaid não está mais intubado. Consciente, ele segue em recuperação na UTI Coronariana do Hospital de Clínicas.
No combate ao coronavírus
Para continuar com a missão de salvar vidas de pacientes hematológicos, com câncer, entre outras doenças e agora a covid-19, a Fundação Hemopa convoca os voluntários da doação de sangue a comparecerem às unidades de coleta de todo o estado.
“As unidades registraram uma média de 50% de redução no número de comparecimento de doadores de sangue. E conseguintemente, os estoques estão baixos. Precisamos continuar na luta e para isso, os voluntários da doação de sangue são essenciais. É com o gesto de generosidade de cada indivíduo que doa sangue que centenas de pessoas podem receber as transfusões”, destacou o presidente da Fundação, Paulo Bezerra.
Ana Beatriz Souza, 21 anos, fez a primeira doação nesta segunda-feira (12), no Hemocentro, em Belém. Ela e mais 25 alunos do curso de técnica de enfermagem da Faculdade Intelectual da Amazônia (FIAMA), compareceram ao Hemopa para fazer a doação de sangue. “Eu tinha vontade de ser uma doadora, vendo os meus parentes e amigo. Então venci o nervosismo e consegui doar, pois sei também que muitas pessoas vão ser beneficiadas por essa atitude”, destacou a futura profissional da área da saúde.
A doação de sangue é um ato de generosidade que deve ser encarado como uma ação de responsabilidade social, visto que o sangue é insubstituível e vital para o ser humano, principalmente para pacientes que precisam de transfusão. Uma bolsa de sangue pode beneficiar até 4 pessoas.
Quem pode doar
O cidadão que deseja fazer a doação de sangue precisar seguir os critérios básicos:
• Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal);
• Pesar mais de 50 kg
• Estar em boas condições de saúde.
No momento do cadastro, é obrigatório apresentar um documento de identificação oficial, original e com foto (RG, CNH, passaporte ou carteira de trabalho).
Quem teve Covid-19 também pode voltar a doar sangue, só precisa esperar 30 dias após a cura. Quem teve contato com pessoas que tiveram a doença deve esperar 14 dias após o último contato.
Para quem recebeu a vacina Coronavac/Butantã, são 48 horas de inaptidão para doação de sangue, após cada dose. Já a vacina AstraZeneca/Fiocruz, são 7 dias após cada dose. Se o candidato à doação de sangue não souber qual imunização fez, só poderá voltar a doar sangue, após 7 dias.
“A gente está passando por um momento muito difícil e qualquer ajuda e muito necessária Se odos estivessem essa iniciativa, seria bem melhor
Existem 9 unidades de coleta de sangue em todo o Pará:
• Hemocentro Belém – Travessa Padre Eutíquio, 2109. Bairro Batista Campos. Atendimento: Segunda a sábado, 7h30 às 17h. Contato: 0800 280 8118 – agendamento da doação.
• Posto de coleta do Castanheira – Rodovia BR-316 – KM 0 – andar térreo do pórtico Belém. Atendimento: Segunda a sábado, 7h30 às 17h.
• Posto de coleta do Pátio Belém – Fechado por tempo indeterminado.
• Hemocentro Castanhal – Travessa Floriano Peixoto, Alameda Rita de Cássia, Conjunto Maria Alice, B-2 e B-3. Atendimento de segunda a sexta – 7h às 12h30. Contato: (91) 3412-4400 / 4404.
• Hemocentro de Santarém – Avenida Frei Vicente, 696, entre as Alameda 30 e 31 (Aeroporto Velho). Atendimento: Segunda a sexta, de 7h às 13h. E neste sábado (27), de 7h30 às 13h. Contato: (93) 3524-7550.
• Hemocentro de Marabá – Rodovia Transamazônica, Quadra 12, S/N (Agrópoli do Incra). Atendimento: Segunda a sexta, de 7h às 13h. E neste sábado (27), de 7h às 15h. Contato: (94) 3312-9150 / 99234-0264 (somente WhatsApp).
• Hemonúcleo de Abaetetuba – Avenida Santos Dumont, S/N (São Lourenço). Atendimento: segunda a sexta, das 7h às 12h30. Contato: (91) 98568-3396.
• Hemonúcleo de Altamira – Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, S/N (Esplanada do Xingu). Atendimento: segunda a sexta, das 7h às 12h30. Contato: (93) 98415-6282.
• Hemonúcleo de Capanema – Rodovia BR 308, Km 0, S/N (São Cristóvão). Atendimento: segunda a sexta, das 7h às 12h30. Contato: (91) 98568-3339.
• Hemonúcleo de Redenção – Avenida Santa Tereza, S/N (Centro). Atendimento: segunda a sexta, das 7h30 às 12h30. Contato: (94) 98414-3955.
• Hemonúcleo de Tucuruí – Avenida Veridiano Cardoso, S/N, BR 422 (Santa Mônica). Atendimento: segunda a sexta, das 7h30 às 12h30. Contato: (94) 98415-9006.
(Agência Pará)