A melodia de suspense embala as poucas cenas do curta “O Beijo da Trava” disponibilizadas nesta semana pela produtora Rasga Mortalha, via redes sociais, dando apenas um gostinho do que vem por aí em maio.
No teaser, além de três personagens – Yolanda, Consuelo e Cláudio – é possível identificar uma arma de fogo e pontos famosos de Marabá. Dentre eles, são reconhecíveis os bancos de ônibus coletivos instalados no famoso flutuante Skala, restaurante e bar ancorado no Rio Tocantins, à altura da Orla Sebastião Miranda, na Marabá Pioneira.
Apesar do cenário comum ao marabaense, onde as cenas foram gravadas, o diretor do curta, Rafa Maciel, afirma que o enredo não deixa claro onde a história acontece.
Leia mais:Conforme ele, este projeto estava engavetado há cinco anos e ganhou vida após ser contemplado pelo edital Cultura em Movimento, da Secretaria Municipal de Cultura, que repassou recursos destinados via Lei Aldir Blanc de Apoio à Cultura.
“É a história de uma rivalidade entre duas mulheres, uma travesti e uma noiva, causada por um cara, o noivo, que foi “roubado”. A partir disso se desenrola a trama”, conta Rafa Maciel. Conforme o roteirista, João Campbell, que também dá vida ao personagem Cláudio, o homem disputado pelas duas pode ser classificado como “tóxico” e o triângulo amoroso se forma sob essa perspectiva.
Este é o primeiro envolvimento de João com produção audiovisual, tanto como roteirista quanto como ator, descrito por ele como gratificante. “Sempre parecia uma coisa muito impossível a possibilidade de fazer um filme e, de repente, surgiu a oportunidade e a gente abraçou a ideia, abraçou o projeto e foi fazendo, quando viu isso estava realmente acontecendo”, comenta.
O prêmio recebido foi de R$ 7.755,00 e após serem descontados os impostos o que sobrou foi convertido em equipamentos e recursos humanos. Atualmente, cerca de 10 pessoas que vivem em Marabá estão envolvidas na produção. Apesar de importante, o recurso não é o bastante para uma produção “hollywoodiana” e a equipe teve que ralar muito.
Ainda no ano passado, o roteiro foi escrito por João Campbell e a produção começou a acontecer. Para tanto, foi fundada a Rasga Mortalha Produções, acompanhando o projeto do curta. “A gente pensou em profissionalizar um pouco a coisa e em como continuar fazendo filme depois”, explica Rafa.
De acordo com João, muitos equipamentos acabaram sendo confeccionados pela própria equipe. “Nós mesmos fizemos as luminárias, por exemplo, a gente mandou para uma serralheria fazer o suporte. A gente está, principalmente, juntando experiência enquanto outras pessoas já foram tentando pesquisar por conta própria como resolver problemas. A gente está montando a produtora do zero”, relata.
A intenção é que a produtora possa trabalhar também em produções externas e que expanda serviços em audiovisual na cidade, principalmente voltados ao cinema.
As filmagens de “O Beijo da Trava” foram iniciadas em março e já estão finalizadas. O trabalho agora está na fase de pós-produção e em seguida irá para a ilha de edição.
Com a impossibilidade de se realizar exibições durante a pandemia de coronavírus, a produtora pretende lançar o material – que deve ter de 10 a 15 minutos – via Youtube, redes sociais e também páginas especializadas em curtas independentes. Os planos envolvem, ainda, inscrever o material em festivais.
Além de João Campbell e Rafa Maciel, que também opera as câmeras, estão envolvidas as atrizes Gabriela Luz (Yolanda) e Regina Kátya (Consuelo), o operador de som Endi Gomes, os assistentes de produção Artur Secco, Aline Veríssimo e Dudu Silva, que também é maquiador, assim como Larissa Orandi, que acumula a função à de cenógrafa junto com Natacha Barros e Junior Kostas. (Luciana Marschall)