Infiltrações, forro quebrado, mofo nas paredes, goteiras, pintura descascada… não são poucos os problemas estruturais enfrentados pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em Parauapebas. Por outro lado, os atendimentos precisam continuar, mas os recursos que entram não são suficientes para a reforma que a estrutura, no Bairro União, tanto necessita.
De acordo com a presidente da instituição, Maria Hilda Bezerra Falcão, os danos são antigos e só pioram a cada dia. A construção foi iniciada em 2002, há quase 20 anos, e desde então apenas recebeu reforços paliativos. “A gente foi aumentando uma porta aqui, aumentando um cômodo ali, mas na verdade nunca se fez construção mesmo e nem reforma. A APAE precisa, realmente, de uma reforma urgente”, diz.
Conforme ela, o sufoco aumenta nessa época do ano, quando chove “mais dentro que fora” das instalações. Para conter as goteiras, baldes são espalhados pela associação. “A gente fica muito preocupada porque o espaço já não está adequado para os meninos. Com chuva fica pior ainda”, lamenta. A entidade atende aproximadamente 150 alunos, atuando para o bem-estar e desenvolvimento da pessoa com deficiência.
Leia mais:No último mês, informa a presidente, foi encerrado o convênio mantido com a Prefeitura de Parauapebas, cujo valor é destinado para pagamento da folha de pessoal, além de outras contas, como energia, parcelamentos e dívidas.
“A gente está trabalhando três dias na semana e atuando para que no mês que vem seja renovada a parceria porque as famílias precisam que os meninos venham pra cá. Aqui eles conseguem ter um pouco de qualidade de vida e alimentação melhor, porque em casa tá bem complicado e a gente consegue auxiliar em algumas coisas”, ressalta.
O Correio de Carajás procurou a Prefeitura de Parauapebas para questionar sobre o apoio, sendo informado pela assessoria de comunicação que o município aguarda a proposta para o ano 2021 que a entidade deve enviar. Solicitado o valor repassado no último ano, não obteve resposta. Junto ao Portal da Transparência, o Portal identificou o repasse de R$ 414.543,87 em 2020.
Questionada se em algum momento a entidade solicitou apoio da gestão municipal para a revitalização, Hilda Falcão afirma que já iniciou conversa neste sentido, mas sempre escuta que a legislação não permite o município executar a obra, por tratar-se de entidade privada, e que não há condições para aumento de repasse.
“Nunca tem condições, nunca dá. A gente está tentando emenda parlamentar em Belém, junto a deputados, e a nossa esperança seria essa, para que chegue esse projeto, essa construção, para a melhoria disso aqui. Eu falo sempre que eu vivo com o pires na mão. Eu queria estar com um prato, que é bem maior que um pires. A minha esperança é que alguém olhe pra Apae”, finaliza. (Luciana Marschall e Ítalo Almeida)