Atualização 3 de março de 2021 por Redação
Membros da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar ocupam nesta terça-feira (2) a Prefeitura Municipal de Parauapebas aguardando serem atendidos pelo prefeito, Darci Lermen, para discutirem pauta que engloba regularização de áreas e atendimento em infraestrutura.
Uma tenda foi armada em frente ao prédio e os manifestantes se espalham em torno do órgão, nos corredores, escadas e saguões. Conforme o coordenador estadual do movimento, Aldízio Freire dos Santos, mais de 2 mil pessoas vivem nas áreas não regularizadas em Parauapebas, investindo e produzindo sem a garantia de que permanecerão nos lotes.
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“A gente já vive há cinco anos dentro de algumas áreas, plantando, colhendo, fazendo investimentos…, mas até agora não temos garantia que essas áreas são nossas. Aí a gente fica com o pé atrás, como a gente vai construir a nossa casa sem ter uma garantia que aquilo é nosso?”, questiona.
Ao Correio de Carajás ele apresentou uma lista com cinco áreas pertencentes ao município, três à mineradora Vale e duas a outras pessoas. Em relação às da mineradora, por exemplo, há indicação de que a empresa quer negociá-las, mas até o momento nenhum órgão público chamou para si a responsabilidade
“A empresa Vale diz que alguém tem que pagar essas áreas para ela. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) não requer essa área, então passou pra prefeitura. Estamos aqui para que a Prefeitura possa requerer essas áreas como de interesse público e destinar pra essas família que lá vivem produzindo produção de qualidade”, defende.
Até à tarde, quando a Reportagem esteve no local, os manifestantes haviam sido “recepcionados” apenas por mensagem de texto via WhatsApp. “Temos uma conversa que o nosso gestor vai receber a gente agora à tarde e a gente está aguardando. Nós não estamos aqui com vandalismo, estamos correndo atrás de resposta pra cada família que vive numa área e que não tem, ainda, a garantia que é dela”, sustenta.
Um dos problemas enfrentados pelas famílias é a impossibilidade de acesso aos créditos de fomento para investimentos em agricultura, por não haver registro das áreas. Além disso, sofrem com falta de estrutura básica, como água, energia, transporte, escolas e postos de saúde.
O Portal entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Parauapebas que emitiu posicionamento afirmando que o órgão mantém diálogo aberto com as lideranças. “A gestão municipal reafirma seu compromisso com a qualidade de vida da população rural e busca o entendimento das necessidades desta comunidade”. Não foram divulgadas informações sobre agendamento de reunião entre as partes. (Luciana Marschall e Ítalo Almeida)