Na manhã do último sábado (20), mil filhotes de tartarugas e tracajás foram soltos em Marabá, por meio do Projeto Quelônios dos Rios Tocantins e Itacaiunas, coordenado pelo Núcleo de Educação Ambiental da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), com apoio da Prefeitura de Marabá.
O projeto promove a educação ambiental nas comunidades ribeirinhas e o manejo reprodutivo das espécies, uma vez que ocorrem muitos ataques de predadores. Os animais começam a preparar os ninhos entre o final de julho e começo de agosto, momento em que é feita a coleta.
Os ovos passam de 65 a 70 dias no processo de incubação e, durante este tempo, os técnicos constroem alguns cercados na Praia do Tucunaré para acompanhar. Após eclodirem, no mês de outubro, eles são colocados em tanques feitos com lonas, que funcionam como berçários, até o mês de fevereiro, quando são soltos.
Leia mais:Enquanto estão protegidos nos berçários, os filhotes são alimentados com vegetação, coletada diretamente do Rio Tocantins. “A ideia é evitar a domesticação desses animais. Por isso, fornecemos alimentos que eles encontrarão quando forem soltos”, explica o biólogo Jucelino Bezerra, coordenador técnico-científico do projeto.
Os filhotes foram soltos por voluntários que praticam o esporte aquático stand-up paddle, sendo deixados em ressacas formadas pelas cheias do rio. “Nesses locais, eles [os filhotes] poderão se alimentar com a vegetação”, esclarece Jucelino.
A fase adulta é atingida após cinco anos e com isso eles retornam para o período de desova. No entanto, segundo o biólogo, apenas a metade chega até essa fase. Por isso, a importância do projeto, que possui base tanto na Praia do Tucunaré, quanto na Praia do Macaco, na Vila Tauari, esta última mantida com apoio da Prefeitura de Itupiranga.
Confira alguns momentos da soltura dos filhotes e entrevista com o técnico Jucelino. (Zeus Bandeira)