Correio de Carajás

Em ping-pong de prefeituras, gestante é transferida do HMI para a Santa Casa, em Belém

Paciente havia chegado ao HMI, em Marabá, sem documentos e sem acompanhante para regulação / Foto: Arquivo Correio

Uma paciente, gestante de 38 semanas, deu entrada na última sexta-feira (8), às 8 horas no Hospital Materno Infantil (HMI) em Marabá, vinda de São Geraldo do Araguaia. Porém, sem a regulação necessária para receber uma transferência para um hospital com maior estrutura para tratar o seu caso. Acontece que sua gravidez é considerada de risco, já que ela é portadora de anemia falciforme, o que requer um cuidado maior.

As informações sobre o caso da gestante chegaram ao Portal Correio na tarde deste sábado (9), dando conta de que a parturiente chegou ao HMI em uma ambulância da Secretaria Municipal de Saúde de São Geraldo de Araguaia, a 170 km de Marabá.

A diretora do HMI, Alcileia Tartaglia, foi procurada pela Reportagem na tarde do sábado (9), confirmando a chegada da paciente e dizendo que era um caso de gravidez de risco, acrescentando que a mesma estava internada no Centro Obstétrico. “Quando perguntamos do seu acompanhante, ela alegou que não pôde trazer porque a ambulância estaria cheia”, informou.

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Devido à falta de documentos de regulação, Alcileia acionou o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) para comunicar a situação. Enquanto isso, a diretora organizava os procedimentos para transferir a gestante para a Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém, pois “as demandas recebidas lá, são instantâneas, sem a necessidade de regulação”, justificou Alcileia.

Enquanto isso, a promotora plantonista de Marabá, entrou em contato com o promotor de São Geraldo, Erick Ricardo de Souza Fernandes, para informar da necessidade de um acompanhante para a paciente. Logo em seguida, Alcileia também contatou o promotor.

O Portal Correio telefonou para Erick para entender o que foi solicitado a ele, explicando que a demanda repassada foi da necessidade de um acompanhante. “Fui informado dessa situação e conversei com o secretário de saúde de São Geraldo e ele ficou de conseguir o acompanhante”, disse o promotor.

O secretário de saúde de São Geraldo, Douglas Costa, também foi procurado pela Reportagem e este alegou que a gestante não chegou a Marabá por meio de uma ambulância do Município.

“Ela deu entrada no HMI por conta própria, sem o encaminhamento do nosso sistema de saúde. O promotor me informou sobre a necessidade do acompanhante, o que imediatamente foi providenciado, por meio da nossa assistente social que localizou um familiar da paciente”, conta Douglas.

O secretário supõe que a paciente tenha buscado o HMI devido as complicações de sua saúde, que por sinal, não foram informadas à Reportagem, por princípios éticos, conforme explicou. “Provavelmente ela não queria se expor na cidade e resolveu procurar atendimento de saúde em Marabá”, argumentou Douglas.

A Reportagem voltou a contatar Alcileia, que confirmou a transferência da gestante para a Santa Casa em Belém, por meio de uma ambulância da Prefeitura de Marabá, tendo chegado lá às 3h20 deste domingo (10).

A situação foi resolvida, apesar contradição sobre como a gestante chegou ao HMI, uma vez que as versões dos municípios de Marabá e São Geraldo não coincidem. (Zeus Bandeira)