Correio de Carajás

Covid-19: qual máscara é melhor? Veja comparativo, segundo estudo publicado na ‘Science’

O Brasil ultrapassou, nesta semana, a marca de 200 mil mortes por Covid-19, a doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2. Embora vacinas já estejam sendo aplicadas em diversos países, o Brasil ainda não tem data para começar a imunização.

E, mesmo com vacina, especialistas alertam que o uso da máscara deve continuar sendo essencial por mais algum tempo.

Mas qual o melhor material para protegermos uns aos outros da doença?

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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Duke, nos Estados Unidos, publicado na revista científica “Science” em setembro, comparou a eficiência de 14 tipos de máscara. Veja na imagem abaixo, organizada da mais eficiente para a menos eficiente:

Pesquisadores americanos testaram 14 tipos de máscaras para determinar qual a mais eficiente contra a Covid-19 — Foto: Emma Fischer, Duke University (fotos)/Elcio Horiuchi (arte/G1)
Pesquisadores americanos testaram 14 tipos de máscaras para determinar qual a mais eficiente contra a Covid-19 — Foto: Emma Fischer, Duke University (fotos)/Elcio Horiuchi (arte/G1)

Eles mediram o quanto as máscaras conseguiam impedir que as gotículas expelidas por uma pessoa ao falar se espalhassem pelo ambiente.

Os cientistas notaram que falar através das polainas de pescoço parecia dispersar as gotículas maiores em várias menores.

“Considerando que as partículas menores são transportadas pelo ar por mais tempo do que as gotas grandes (as gotas maiores caem mais rápido), o uso de tal máscara pode ser contraproducente”, alertaram os pesquisadores no estudo.

Para o engenheiro biomédico Vitor Mori, membro do Observatório Covid-19 BR e pesquisador na Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, o ideal é que a máscara tenha malhas bem fechadas – de 2 a 3 camadas de pano. Para verificar, a pessoa pode fazer o teste da luz do sol – vendo se consegue enxergar a luz do sol através da máscara – ou o teste da vela.

“Estando de máscara, tentar apagar um fósforo, uma vela, um isqueiro: se conseguir apagar com certa facilidade, é sinal de que não é tão grossa quanto deveria. Isso serve para ver a qualidade da máscara – mas não adianta se ela não ajusta [no rosto]”, reforça Mori.

O pesquisador pontua que as N95 podem ser úteis para aumentar a proteção em determinados locais, como o transporte público.

“Se você está num lugar fechado, mal ventilado e com aglomeração e não ir para esse local não é uma opção, uma máscara do tipo N95/PFF2 aumentaria a segurança por parte daqueles que estão usando”, avalia.

“Infelizmente, evitar o transporte público não é uma possibilidade viável para muitos brasileiros. Esses espaços são, geralmente, muito mal ventilados e aglomerados. Além de cobrar melhorias do poder público, o uso de máscaras N95/PFF2 bem ajustadas pode ser uma boa alternativa, especialmente para pessoas de grupos de risco ou que convivem com grupos mais vulneráveis”, diz.

Ele frisa que, em locais abertos e com pouca aglomeração, a N95 não é necessária e uma máscara de pano é suficiente. Isso deve ser levado em conta pela população para que esse tipo de máscara não falte às equipes de saúde – as mais expostas ao vírus.

“A gente deveria estar fazendo uma pressão muito grande no poder público para aumentar a produção, a distribuição e a disponibilidade de máscaras de melhor qualidade e que fornecem maior proteção”, pondera Mori.

“Infelizmente, há pouca instrução do poder público sobre como escolher uma máscara de boa qualidade e como usá-la corretamente, não só cobrindo boca e nariz mas também bem ajustada, minimizando vazamentos de ar pelas laterais e por cima”, acrescenta.

(Fonte:G1)