A Diretoria do Águia de Marabá pegou o carrinho e foi às compras no mercado da bola visando à disputa do Campeonato Paraense deste ano, que inicia no dia 27 de fevereiro próximo. A Reportagem do CORREIO conversou com três diretores do Azulão marabaense esta semana, os quais relevaram os bastidores das contratações e a corrida para compor o elenco e realizar a apresentação no dia 24 deste mês de janeiro.
Sebastião Ferreira Neto, o Ferreirinha, presidente; Pedro Corrêa Lima, vice-presidente; e João Maria Galvão, treinador, estão, ao mesmo tempo, de pires na mão atrás de mais patrocinadores para fazer frente à Folha de Pagamento do clube, estimada em pouco mais de R$ 100 mil mensais.
O presidente Ferreirinha, que está no cargo há 19 anos, lembrou que no final do ano passado houve eleição para a diretoria, a qual chancelou o mandato do presidente e do vice, mantendo a mesma chapa do Conselho Deliberativo de dois anos atrás.
Leia mais:Após as eleições, segundo ele, iniciou-se o planejamento do time para 2021. “A meta é fazer uma boa participação no Campeonato Paraense, objetivando voltar para o cenário nacional, para disputarmos competições como a Copa do Brasil e Série D. Para isso, é necessário nos classificarmos entre os quatro melhores colocados da competição”.
Segundo o presidente, as contratações começaram a ser feitas, porém não podem informar nomes porque não assinaram contrato com a maioria dos os jogadores. Até a tarde de terça-feira, 5, já tinham assinado contrato Thiago Félix (lateral esquerda) e Raimundo, volante de Itupiranga. “Já contatamos 13 jogadores e prevemos a apresentação do novo elenco para o dia 24”, revelou.
Ferreirinha explicou que a composição do elenco contará, mais uma vez, com o reforço da base. Por isso, o Águia iniciou, há cerca de 40 dias, alguns trabalhos com os jovens do Sub-20 para garimpar alguns talentos para o time principal. O treinador Galvão e Ferreirinha assistiram os testes e perceberam que alguns (entre sete e oito atletas) têm potencial para compor o profissional.
Ferreira comemora a aquisição de um ônibus novo, que já faz parte da estrutura da equipe, através de emenda de vários deputados estaduais que apoiam o Águia, além do apoio do governador Helder Barbalho.
Além disso, ele aponta três questões importantes que ajudarão o Águia a médio prazo, que são a inauguração do novo estádio municipal, no Km 9 da Rodovia Transamazônica, sentido Itupiranga; garantia de uma área no Loteamento Novo Progresso para construção do novo centro de treinamentos do time. “Mas pretendemos, também, ampliar o projeto social que funciona no Bairro Santa Rosa, levando a experiência para outros bairros, alcançando cerca de 600 crianças, para retirá-las de situação de vulnerabilidade social”, conta.
O vice-presidente Pedrinho Corrêa explica que tem se dedicado parte de seu tempo para o trabalho como vereador e outra para ajudar na gestão do Águia de Marabá, por entender que apenas os abnegados se dedicam à causa do esporte. “É de suma importância termos o novo estádio municipal em condições de receber jogos e, principalmente, a torcida do Azulão, que poderá ver o time enfrentar grandes equipes”.
Ele relembra que em 2020 estava programada a conclusão da primeira etapa, prevista para dezembro, mas devido ao atraso de repasse de verbas do governo federal – compreendido pela prefeitura em função da pandemia, a prioridade era saúde. “No final do ano o governo federal repassou mais 1 milhão de reais para o município. E, junto com recursos próprios, a Prefeitura deu continuidade à obra. “Mas houve uma desaceleração do serviço. Estive semana passada lá e o elevador já foi até instalado. Tenho certeza que em meados de 2021, a primeira etapa para 3 mil torcedores estará pronta”, prevê.
Pedrinho observa que houve uma discussão recente para eliminar a obrigatoriedade de receber 5 mil torcedores em estádios para jogos contra Remo e Paysandu, como rezava o regulamento do Campeonato Paraense. Ele relembra que, jogando a Série C, Remo e Paysandu disputam jogos em estádio com menos condições que o Zinho Oliveira.
“Já conseguimos superar isso. Então, independente de ser no Zinho ou no Municipal, teremos a possibilidade de receber Remo e Paysandu em Marabá”, destaca.
Pedrinho diz que o time tem, atualmente, dois patrocinadores master, que são Sinobras e Mineração Buritirama, além da Prefeitura. “Esperamos que até o final de janeiro concluiremos o patrocínio para ter a noção dos recursos que o Águia terá mensalmente e, assim, planejarmos os gastos. Também precisamos mandar confeccionar as camisas, que devem vir com a logomarca dos patrocinadores”, justifica o vice-presidente.
Galvão: haverá medidas em cenário de pandemia
Na visão do “concursado” e experiente treinador João Galvão, dificuldade em manter clube profissional todos têm no cenário atual. Ele reconhece que sempre há críticas em relação à permanência deles à frente do clube, mas destaca que são esses “abnegados” que estão procurando apoio dos empresários para manter o clube profissional. “É difícil, com poucos patrocínios, mas temos muito amor ao nosso Águia e esperamos que com as parcerias dos empresários e a compreensão do torcedor, alcançaremos nosso objeto, de estar entre os 4 finalistas do Campeonato Paraense para disputar competições nacionais”.
Questionado sobre ter tantos jovens da base no clube profissional – entre sete e oito jogadores – o treinador diz que eles vão ajudar a compor o elenco e vão jogar no tempo certo. “Temos de ter paciência com os valores que vamos tirar do Sub-20 para não queimarmos etapas. O Luís Fernando foi assim, no primeiro ano treinamos, no segundo jogou muito, no terceiro o vendemos ao Fluminense e depois chegou ao Cruzeiro. Às vezes, as pessoas não têm essa calma para lançar um atleta do amador para o profissional”.
Questionado sobre a possibilidade de contar com Luís Fernando, já que ele desligou-se do Cruzeiro em 2020, Galvão reconheceu que ele encontra-se sem clube, mas estaria acertando com um time do interior do Goiás. “É um grande jogador e caberia no time do Águia. Seria um sonho para nós”.
O treinador reconhece que não será fácil treinar a equipe diante de um cenário de pandemia. Todavia, recorda que quase no final da competição, em 2020, o vice-presidente Pedrinho acionou a Secretaria Municipal de Saúde e nenhum atleta foi afetado pela covid-19, e não faltaram esforços para dar atenção à equipe. (Ulisses Pompeu)