Correio de Carajás

Economista alerta sobre uso correto do 13º salário

A remuneração extra do décimo terceiro é esperada por muitos trabalhadores, direito garantido pelas leis que regulamentam as relações entre empregado e empregador. O pagamento desse benefício é realizado, na maioria dos casos, em duas parcelas: a 1ª deve acontecer até o último dia do mês de novembro e a 2ª até o dia 20 de dezembro. O Correio de Carajás entrevistou o professor e doutor em economia, Leônidas Veloso, que atua em Parauapebas, para orientar como utilizar da melhor maneira este valor. 

Leônidas destaca que primeiro é fundamental fazer um planejamento orçamentário, observando as dívidas existentes a serem pagas, como a do cartão de crédito, por exemplo. Sem esquecer das despesas do início do ano seguinte. Como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). E, para quem tem filhos, ainda há os gastos escolares.

Doutor em Economia, Leônidas Veloso dá dicas ao leitor sobre uso do salário extra

O professor pontua que o ideal seria dividir em três pontos a remuneração. O primeiro deles é quitar as dívidas, de preferência à vista, para conseguir desconto. O segundo passo é reservar um valor para um plano emergencial, com gastos inesperados, como uma doença.  

Leia mais:

Por fim, seria o momento de fazer investimentos, que podem ser destinados a metas de curto, médio e longo prazo. Viagens e presentes entram nessa categoria.  

Para o especialista, a pandemia afetará diretamente o uso do 13°, tanto para quitar dívidas adquiridas de forma inesperada ao longo do ano, tanto pela doença interferir no valor a ser recebido, já que muitos trabalhadores passaram a ter uma jornada de trabalho reduzida e, consequentemente, passaram a receber menos.  

Investimento

Mas para quem está com as contas em dia, e deseja investir, o especialista dá dicas para começar. Leônidas cita que a inflação está crescendo, indicando que irá superar a poupança; logo, a caderneta não é a melhor opção para investir.

Atualmente, há diversas maneiras de aplicar o dinheiro, e diferente do que muitos pensam, não é preciso altas quantias para investir. Existe a possibilidade da renda fixa, que é qualquer aplicação financeira cujas regras de remuneração são conhecidas no momento da compra do ativo.

Como os títulos privados, como Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Letras de Câmbio, Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI); e públicos (Tesouro Direto).

O Tesouro Direto, explica o professor, geralmente é porta de entrada dos investimentos para quem está começando, para quem sai da poupança na busca de ter um rendimento melhor.

Já para quem não tem o perfil tão conservador, também existem investimentos de renda variável, quando o valor varia conforme as condições do mercado, consequentemente, a remuneração que as aplicações oferecem segue esse mesmo princípio, sendo o oposto dos investimentos de renda fixa. (Theíza Cristhine)